mas agora, quando eu titubeio um pouco no Português, perdendo minha língua sem sequer saber de fato outra, ouço muita música brasileira sempre que bate a saudade; seus sons adquiriram outro significado. Só na paz interior e dos fatos é que consegui, como retrospectiva, perceber o tanto de mudanças dos últimos tempos. Mas devo confessar: eu fiquei inebriada foi com o vídeo da primeira vez que Neil Young tocou Heart of Gold; eu vi esse vídeo vezes seguidas e fechava os olhos e lembrava do modo de procurar a gaita nos bolsos. Tenho também procurado o essencial pra canção da minha vida em diversas formas de sustentar tudo isso ao mesmo tempo: o aqui, o lá, a desconfiança de que pessoas importantes se encontram duas vezes na vida...
Mas se assim for, quantos personagens retornarão: talvez aquele que me decifrava veladamente, ao passo que acreditavam numa imagem tão ocasional, pondo a perder a descoberta de como eu realmente era. Eu me questiono hoje porque não deu certo, mas quem sabe eu encontre de novo por aí a figura daquele moleque meio revoltadinho com a vida, um pouco insatisfeito, com seu jeito vulgar, comum, que hoje eu percebo o quanto era legal e que me lembra o Robbie Williams nos vídeos ao vivo, sabe se lá porquê.
A gente tinha até uma música e um lugar, me lembrei sem querer.
Mas se assim for, quantos personagens retornarão: talvez aquele que me decifrava veladamente, ao passo que acreditavam numa imagem tão ocasional, pondo a perder a descoberta de como eu realmente era. Eu me questiono hoje porque não deu certo, mas quem sabe eu encontre de novo por aí a figura daquele moleque meio revoltadinho com a vida, um pouco insatisfeito, com seu jeito vulgar, comum, que hoje eu percebo o quanto era legal e que me lembra o Robbie Williams nos vídeos ao vivo, sabe se lá porquê.
A gente tinha até uma música e um lugar, me lembrei sem querer.
Ou quem sabe algum dia retorne também o poeta louco e todo meu sortimento de "e se..." - continuo, porém, curiosa por saber sobre o que escreve uma pessoa que pega a inspiração ao andar sozinha pelas praças em dias de vento e neve.
Ou quem sabe reencontre - num reencontro digno, não os banais encontros pelos corredores - uma espécie de reflexo, meu-eu-daqui-alguns-anos, evoluindo pra se tornar elegância, um pouco de mistério, inteligência e opiniões controversas.
Acho que o tempo passa e faz mudar as prioridades, por isso deixei de desejar os (re)encontros para os quais me havia "programado", acreditando que aconteceriam como nos filmes em que a vida dos personagens se direcionava para o retorno no pós-guerra, para esse reencontro no qual desejo e interesse permaneceriam mesmo depois de tanto tempo, de tanta gente, de tanta experiência, de tanta mudança. Eu já tive o melhor. Agora é buscar o melhor depois desse melhor, e não o mesmo de antes.
Será mesmo que vale a pena rodar o mundo pra vir parar de novo na mesma instabilidade?
Acho que o tempo passa e faz mudar as prioridades, por isso deixei de desejar os (re)encontros para os quais me havia "programado", acreditando que aconteceriam como nos filmes em que a vida dos personagens se direcionava para o retorno no pós-guerra, para esse reencontro no qual desejo e interesse permaneceriam mesmo depois de tanto tempo, de tanta gente, de tanta experiência, de tanta mudança. Eu já tive o melhor. Agora é buscar o melhor depois desse melhor, e não o mesmo de antes.
Será mesmo que vale a pena rodar o mundo pra vir parar de novo na mesma instabilidade?