domingo, setembro 30, 2007

Sobre como se pode por algo ou tudo a perder

Eu não queria que o texto parecesse demasiadamente pessimista ou algo que o valha. Mas é que a gente expressa o que está por dentro; não que eu esteja realmente pessimista, mas o fato é que os menores gestos põe a perder tantos grandes desejos.
Assisti O Primo Basílio, e de pensar que se não fosse a maldita carta que a Juliana encontrou, tudo poderia ser outra coisa, eu fico a pensar em quantas cartas também perdi nas lixeiras e o quanto estas podem ter mudado meu caminho. Pra melhor; pra pior; haja fôlego para aguentar a vastidão das possibilidades quando começo a calculá-las.
Não que algo realmente comprometedor eu tenha para ser perdido; falemos de coisas mais simples. Falemos da escolha que pelo medo não foi feita, e que dá aquela sensação de tempo perdido. No duro, diria Caulfield, o lugar que você escolhe pra sentar é capaz de determinar o resto.
Tudo bem que se deixar dominar por um pensamento semelhante é arriscado, e leva ao sentimento de que há sempre o perigo iminente em toda e qualquer ação nossa. Pode ser quase verdade. Pode não ser.
Mas a relatividade das coisas já é assunto pra outro dia, ou outra noite.

sábado, setembro 22, 2007

Das Grandezas do Ínfimo

Tudo começa com a observação - incessante - de tudo, e principalmente das pequenas e fascinantes coisas.
Alguns dias de molho e os pontos na perna. São grandezas do ínfimo; qualquer movimento brusco e surge uma dorzinha, quase nada, quase agulhada. Um quase nada em relação ao tamanho do corpo, mas que é capaz de derrubar o próprio corpo.
Sim, são grandezas do ínfimo.
Penso, penso, sempre, sempre.
E uma hora o tédio chega e bate forte.
Música, por favor. Quem sabe Pink Floyd.