segunda-feira, janeiro 25, 2016

Dois anos

Dois anos realizando a vida que não planejei - não exatamente assim, não nos detalhes, mas no grosso: ser feliz e livre. Isto procuro cumprir todos os dias; já não faço tantos planos a longo prazo porque me falham as certezas. Alguns prazos permanecem, sim, deles damos conta, mas de resto, abro espaço ao espontâneo. A cidade é grande, as possibilidades são vastas; me encontrei morando aqui como nunca pensei que fosse possível. Isto ocorreria em outro lugar? Não sei.
Não sei porque eu seria outra morando em outra cidade. 
Me mudei para esse canto há dois anos, neste mesmo 25 de janeiro. Antes disso, anos dividindo casa e experiências até entender minha dinâmica: silêncio e tranquilidade me fazem bem, são minha situação ideal. Eu adoro São Paulo e me sinto no processo, no meu processo de construção da vida. 

quinta-feira, janeiro 21, 2016

Homem e religião

Volta e meia penso sobre religião para além da minha pesquisa. Pessoas próximas, de diversas crenças, expressam seus valores e não nego que faço minhas observações. Mas as faço para mim, com cuidado e sempre buscando a devida justiça. 
E o fato é que nas coisas que leio e que ouço sobre religião sinto uma urgência de personificação, na falta de uma palavra melhor. Diferentes deuses, de diferentes religiões, mas em comum o fato de que o deus é porque é para você. Os deuses são na medida em que são para cada um. Nas suas narrativas há alguma coisa agindo na vida de cada um, seja para dar sentido, para impor uma finalidade como a evolução, o tornar-se-melhor, seja para punir e determinar o que deve ser feito e o que não deve ser feito. O deus fala a cada um - no sermão, no evangelho, no íntimo, através de mediadores. O deus tem planos, aconselha a cada um, conforta. Isto é deveras sedutor: alguém que está lá por você, que - para alguns - deu a vida do filho por você. Na religião, a despeito de toda autoridade divina, o homem se crê o centro do mundo e do olhar de deus. Eis um ponto que me parece tão estranho, pois não somos um nada num universo cuja extensão sequer é conhecida? Mas a religião atribui importância e finalidade a cada um dos homens. 

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Lazarus

Bowie nos deixa, mas deixa para nós uma história ímpar, deixa uma rica influência que ressoará pela história da música e da cultura. Acho que a arte não morre, é infinita em seus efeitos, mas o corpo perece e - pesar dos pesares - se finda a extensão no futuro. Ou seja: Blackstar será o último rastro de criação efetiva de Bowie e aqui se acabou para mim a oportunidade de vê-lo ao vivo.
A primeira audição de Bowie após sua morte não me soou estranha, mas com o tempo um buraco se abriu no peito, cavado ainda pelos últimos acontecimentos - despedidas e saudades são a tônica destes dias. 
Bowie é infinito em nós, mas dessa vez Lázaro não retornará à vida. 

sexta-feira, janeiro 01, 2016

2016

Caí num texto no Medium. A autora é Isadora Sinay, e cita Gaiman:

"May your coming year be filled with magic and dreams and good madness. I hope you read some fine books and kiss someone who thinks you’re wonderful, and don’t forget to make some art – write or draw or build or sing or live as only you can. And I hope, somewhere in the next year, you surprise yourself".