terça-feira, janeiro 22, 2013

O que dispara seu gatilho?

O meu, muitas vezes, é a ação do outro, que me assusta, põe alerta. É o pensar no movimento do outro que, como eu, não está parado na vida vendo a banda passar. Aí me desespero, mas quando fecho os olhos e lembro de outros olhos, de atitudes que não gostei, eu tiro o dedo do gatilho antes de disparar a frase. Abaixo a arma.
Isto não é um filme, então vou cuidar de minhas coisas. Respiro e escrevo. 
Fácil é disparar o gatilho. Difícil é conter a adrenalina da iminência do fazer brevemente abortado.

sábado, janeiro 19, 2013

A arte da Desaparição - e da Reaparição

A gente cruza olhares após o almoço, você me cumprimenta sem jeito, mas firme. Tudo bem, vai tudo bem comigo também. Eu lembro daquele dia e rio sozinha, lembro dos cachos dos seus cabelos e como eram adaptáveis às mãos. Você me soa algo difícil de descrever, mas que faz sorrir.
E quem reaparece só virtualmente também me faz lembrar muita coisa.
Percebo algumas mudanças quando noto que tenho lido literatura em língua inglesa, que tenho usado o cabelo preso e me importado menos com certas coisas.

domingo, janeiro 13, 2013

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Você mata a saudade, ou deixa que ela te mate?

Afastar-se, deixar passar, evitar contato com algo: definições para a palavra que eu buscava. 

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Quando a vida te dá mais, ou demais

Pede a pizza pequena e vem a grande, mesmo preço: é assim, quando a vida te dá mais. Te dá mais sol e cor no corpo, cansaço bom que fortalece cada pedacinho que passou por esforço nos últimos dias. Te dá oportunidade de pensar sem precisar parar. Te dá resultados depressa demais. Dá tempo de rever os amigos, conhecer grandiosos palácios onde o sublime traz lágrimas aos olhos e o simples enternece o coração. 
Tirei o cheiro de coisa estragada da casa, abri janelas e lavei lençóis, cobertores, toalhas, roupas que transportavam areia e pó. Lembrei do dourado e do sol, da paisagem olhada de cima, no maria-fumaça, ou quase sentida no interior de uma mina, no frio da senzala.  
Pretendo pegar um papel amanhã, comprovante de que realizei alguma coisa: atestado de um fim de um ciclo. Não percebo mais que horas são, o tempo escorria pelas ladeiras e decantou naquele solo, guardando lá um pouco de minhas preocupações.