domingo, novembro 27, 2011

Já me é permitido bancar o idiota?

e gaguejar, vermelho. Eu apareço fora de hora e entendo tudo errado. Você fala comigo diferente, será porque eu sou indiferente sem querer? É só porque eu não sou descolada, e sim deslocada. Eu não acredito, uma música quer dizer nada. Eu precisava estudar, eu precisava de dinheiro, eu precisava de concentração. Eu precisava voltar pra análise e pra yoga. Eu precisava resolver esses problemas antes de viajar. Eu precisava conseguir falar com você pra te explicar. Te contar que sua música fala sobre como eu me senti.
Coisas que você não sabe, nem teve tempo de descobrir:
da minha vontade de largar tudo, as dificuldades. Dos meus poemas secretos, minhas meias encardidas, minhas discussões inteligentes, minhas fugas, o cheiro de incenso que senti um dia subindo as escadas pro apartamento porque o elevador estava quebrado, os doces compartilhados, as amarguras guardadas, as pessoas que estragam meus dias, as que os fazem melhores, minha necessidade de dias de 36 horas sem sono. Que eu sou um modelo de pintura renascentista na época errada. Que eu estive para repetir erros do passado, mas em vez disso, cometi novos erros. E estou feliz assim. E eu sou assim.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Antecâmara;

tudo isto que vem antes; pronto para começar, agora que ouvir certas músicas perdeu a significação emocional, sem urgência, sem esperar qualquer coisa. Feliz por uma coisa qualquer, como os encontros na hora de comprar chocolates, as recusas, as pausas, as escritas de madrugada, com Psycho Killer ao longe. Começo a dar por mim sobre o que vai acontecer; não exatamente o que vai acontecer, mas que vai acontecer...

quarta-feira, novembro 16, 2011

Nunca vi novembro tão frio,

e tão rápido, e tão curto.
Eu não sei em que mundo você vive, até hoje não sei. Mas sem dúvida é um mundo em que eu estaria de volta sempre que você quisesse. Coisa simples, fácil, uma cerveja ao som das músicas que não gosto. Pra nada. Volto não. Só tem ida agora.

Por outro lado, há uma raiva incontida de alguém que nem conheço. E não conhecerei, é fato. Sequer gostaria. Mas incomoda a tentativa de marcar presença...Meus vinte mil sentimentos ao mesmo tempo. O tempo...começo a achar que não haverá tempo para o que eu pensei. Pode haver conforto no "foi melhor assim", mas eu ainda prefiro o risco à resignação, o filme na chuva ao episódio repetido de dentro do quarto...

quinta-feira, novembro 03, 2011

Como vai ser?

Já estou a pensar como vai ser, com saudades das ruas sujas, do trânsito caótico, dos bancos que trazem lembranças ainda ontem, tomando um cappucino ali. Um pouquinho de saudades já da vista da minha janela - para outras janelas, mas é belo ver isso à noite, bem à noite, com poucas luzes acesas...parece que estamos no meio do nada. A despeito da eterna sensação de deslocamento, alguns lugares passaram a me pertencer.
Sem contar as coisas por fazer ainda...você sabe, aquelas pendências todas. Ou poucas, ou muitas, não sei; sei que há. Há urgência como nunca houve. Meses são dias correndo rápido.