domingo, novembro 27, 2011

Já me é permitido bancar o idiota?

e gaguejar, vermelho. Eu apareço fora de hora e entendo tudo errado. Você fala comigo diferente, será porque eu sou indiferente sem querer? É só porque eu não sou descolada, e sim deslocada. Eu não acredito, uma música quer dizer nada. Eu precisava estudar, eu precisava de dinheiro, eu precisava de concentração. Eu precisava voltar pra análise e pra yoga. Eu precisava resolver esses problemas antes de viajar. Eu precisava conseguir falar com você pra te explicar. Te contar que sua música fala sobre como eu me senti.
Coisas que você não sabe, nem teve tempo de descobrir:
da minha vontade de largar tudo, as dificuldades. Dos meus poemas secretos, minhas meias encardidas, minhas discussões inteligentes, minhas fugas, o cheiro de incenso que senti um dia subindo as escadas pro apartamento porque o elevador estava quebrado, os doces compartilhados, as amarguras guardadas, as pessoas que estragam meus dias, as que os fazem melhores, minha necessidade de dias de 36 horas sem sono. Que eu sou um modelo de pintura renascentista na época errada. Que eu estive para repetir erros do passado, mas em vez disso, cometi novos erros. E estou feliz assim. E eu sou assim.