quinta-feira, dezembro 29, 2011

Desconectar (de)

alguns meios, que levam a lugar algum. A ninguem. Hora de trazer de fora só o que quer ficar. Ou o que acha melhor ficar, mas que ao menos se pronuncia sobre isso. O que quer saber se fica ou nao, se vai, se há. Se haverá quando voltar. Me parece verdade entao, que quem quer, dá seus jeitos. O meu jeito é abortar as esperas, com medo de as respostas nao aparecerem.

Mesmo porque, o mundo só comecou...

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Miles Away

pouquinho de neve, de sabores diferentes, sem muita nocao, sem os acentos das palavras ou as variacoes de tons na conversa.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

L'etranger

no ponto de ônibus. Olha, torce o pescoço, se vira pra ver a menina, morena, camiseta com motivos étnicos. Nada demais. Mas ele se levanta, dá uma volta, pára ao lado. Cruza o olhar com o dela, já desconfortável. Mesmo assim ele ensaia, mexe de leve nos cabelos grossos, dreads sob o chapéu. E pergunta, enfim, por algo, por um lugar, por um ônibus para lá chegar. Ela indica, logo vem o ônibus: este dá, ela mostra. Ele hesita, atrás vem outro ônibus, ela dá sinal; rapidamente ele se posta ao lado e diz: eu vou neste também.

Entram e se sentam em poltronas separadas, ela mais à frente, onde não podia vê-lo, mas o olhou com familiaridade. Pouco depois o ônibus chega ao ponto pelo qual ele havia perguntado, mas ela não o vê descer. E a próxima parada é a dela. Vai chover, pensa, e se levanta. Ele está sentado no fundo do ônibus, o chapéu na poltrona ao lado, olhando pra fora, com fone de ouvidos.

Então eu desço do ônibus. É preciso. Ele lembrava demais alguém esquecido, que chama ao telefone logo depois. "Quanto tempo..."

quarta-feira, dezembro 07, 2011

As canções que você não fez pra mim

As que falavam em ir embora, pediam pra não ir. Era a frase principal da sua música ou apenas uma frase secundária? Porque toda vez que eu apareço se segue uma canção, uma canção na qual há - ou eu vejo - algo assim, referência ao que me vai acontecer? Pare de me confundir. Pare de ser o que você é, do contrário, nos quatro dias que restam, imaginarei coisas e mais coisas. Estou como Maria Bethânia: tanta coisa que somente entre nós dois ficou. Então se não é assim, não faça as coisas de modo tão claro, letra e som, porque eu sucumbo às fraquezas e interpretações, e termino por achar que sou eu, sim.

domingo, novembro 27, 2011

Já me é permitido bancar o idiota?

e gaguejar, vermelho. Eu apareço fora de hora e entendo tudo errado. Você fala comigo diferente, será porque eu sou indiferente sem querer? É só porque eu não sou descolada, e sim deslocada. Eu não acredito, uma música quer dizer nada. Eu precisava estudar, eu precisava de dinheiro, eu precisava de concentração. Eu precisava voltar pra análise e pra yoga. Eu precisava resolver esses problemas antes de viajar. Eu precisava conseguir falar com você pra te explicar. Te contar que sua música fala sobre como eu me senti.
Coisas que você não sabe, nem teve tempo de descobrir:
da minha vontade de largar tudo, as dificuldades. Dos meus poemas secretos, minhas meias encardidas, minhas discussões inteligentes, minhas fugas, o cheiro de incenso que senti um dia subindo as escadas pro apartamento porque o elevador estava quebrado, os doces compartilhados, as amarguras guardadas, as pessoas que estragam meus dias, as que os fazem melhores, minha necessidade de dias de 36 horas sem sono. Que eu sou um modelo de pintura renascentista na época errada. Que eu estive para repetir erros do passado, mas em vez disso, cometi novos erros. E estou feliz assim. E eu sou assim.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Antecâmara;

tudo isto que vem antes; pronto para começar, agora que ouvir certas músicas perdeu a significação emocional, sem urgência, sem esperar qualquer coisa. Feliz por uma coisa qualquer, como os encontros na hora de comprar chocolates, as recusas, as pausas, as escritas de madrugada, com Psycho Killer ao longe. Começo a dar por mim sobre o que vai acontecer; não exatamente o que vai acontecer, mas que vai acontecer...

quarta-feira, novembro 16, 2011

Nunca vi novembro tão frio,

e tão rápido, e tão curto.
Eu não sei em que mundo você vive, até hoje não sei. Mas sem dúvida é um mundo em que eu estaria de volta sempre que você quisesse. Coisa simples, fácil, uma cerveja ao som das músicas que não gosto. Pra nada. Volto não. Só tem ida agora.

Por outro lado, há uma raiva incontida de alguém que nem conheço. E não conhecerei, é fato. Sequer gostaria. Mas incomoda a tentativa de marcar presença...Meus vinte mil sentimentos ao mesmo tempo. O tempo...começo a achar que não haverá tempo para o que eu pensei. Pode haver conforto no "foi melhor assim", mas eu ainda prefiro o risco à resignação, o filme na chuva ao episódio repetido de dentro do quarto...

quinta-feira, novembro 03, 2011

Como vai ser?

Já estou a pensar como vai ser, com saudades das ruas sujas, do trânsito caótico, dos bancos que trazem lembranças ainda ontem, tomando um cappucino ali. Um pouquinho de saudades já da vista da minha janela - para outras janelas, mas é belo ver isso à noite, bem à noite, com poucas luzes acesas...parece que estamos no meio do nada. A despeito da eterna sensação de deslocamento, alguns lugares passaram a me pertencer.
Sem contar as coisas por fazer ainda...você sabe, aquelas pendências todas. Ou poucas, ou muitas, não sei; sei que há. Há urgência como nunca houve. Meses são dias correndo rápido.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Começa assim:

páginas demais, programas demais abertos, aí não cabe sequer o bloco de notas. Escreve em qualquer lugar, rápido, pra não perder a sensação que é melhor Los Hermanos que Radiohead, que é melhor sentir que procurar sentido nas letras de canções, que é melhor descomplicar que buscar minúcias em suas atitudes cegas. Queria qualquer coisa assim diferente, comendo bolacha água e sal pela fome insaciável, horas a fio na frente do computador com suas mil páginas estrangeiras não-traduzidas sobre problemas a resolver o quanto antes, sem ter todos os meios para dar cabo dos meus fins. Você vai perdendo a graça. Escrevo mil emails dizendo: não vou dar conta, tá difícil, mas nada que uma noite de sono não resolva, pra amanhã não me lembrar de você a não ser nos momentos bonitos de flores e pássaros e sol. Com as janelas fechadas nada disto existe. Grandes coisas, duvido da validade objetiva destas imagens que construí. Nada a mais a fazer, senão me preocupar comigo mesmo.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Ganhos secundários na espera,

presentes que vêm, passados que - agora sim - não retornam mais. Uma inspiração escorregadia, que fica pelas calçadas, as ideias como resultado e processo, mas que apontam para algo que já foi e é.

domingo, outubro 02, 2011

Como num musical de delta blues,

a gaita e a sensação de tempo infinito, o gosto do café forte, amargo, que mal deixa a água passar no filtro, que retém o cheiro na xícara e pela casa, misturado com outros aromas, causando mais sensações: de começo de dia às onze da noite. A tensão nos ombros aos poucos passa, e é verdade que vem chuva, e é verdade que a viagem dá a dimensão de onde se vive, daquilo que se vai deixar para trás, algo mesmo de lado. Ligações estranhas, externas, tarefas para cumprir. Uma pausa e compromissos, buscando uma vida de maior desprendimento.

sexta-feira, setembro 30, 2011

True love will find you in the end

E foi assim que ouvindo "True love will find you in the end" depois de assistir o filme tão desejado, deu aquele misto de querer e esperança. Eu pensando aqui numas conversas, pensando em como saber o que significaram. Mais fácil seria perguntar, mas difícil seria a resposta, um medo do não, um medo do sim. É a décima vez que a música toca, preciso escrever o texto pra apresentação, preciso de concentração. E não tentar adivinhar se você está para agir ou se tem nada mesmo guardado no olhar que me parece cheio de intenções.
True love will find you in the end...
Mas se vai mesmo, como saber quando é o fim?

quinta-feira, setembro 29, 2011

quando chegam as respostas.

Resposta que traz a indagação: como será? Antecipam-se as saudades para matar outras; e quão belo é o mundo no âmbito do "sim"...

quarta-feira, setembro 21, 2011

Alladin Sane

lembrar de você ouvindo Alladin Sane, ao ouvir Alladin Sane.

sábado, setembro 17, 2011

Controlando

a sensação, a vontade de ficar eternamente numa conversa, sorvendo detalhes do rosto e da maior-beleza-do-mundo. Eu tentei achar os defeitos para cair na real, mas o que sobrou foi só a vontade de sempre voltar pro lugar onde talvez encontre, pra me surpreender de novo com as coisas que aos poucos vou descobrindo, as variações de seu tom de voz quando feliz, quando empolgado, curioso, falando de sonhos em vários sentidos. Tentando controlar a sensação de ter acertado, desta vez.

sábado, setembro 10, 2011

Suedehead.

Que me interessa, ainda mais aqui, onde não há sinal, nem pressa? Só retorna a vontade de marcar à pele as boas energias, pois o que fica é aquilo que é mesmo. Nem questionar: "why do you telephone?", porque esse contato parece tão fraco, enquanto forte é aquilo que não se pronuncia - mas acontece. Aos poucos, acontece, está acontecendo; e se vier a efetivar-se, que seja mais doce que a imaginação pode planejar. E que não se planeje seu jeito de me dizer qualquer coisa, como não foram planejados os encontros mais belos, e que me fazer querem ver 500 days of summer de bem com a vida.

domingo, agosto 28, 2011

Tenho tido ideias;

tenho tido ideias mesmo antes de você aparecer por aqui. Tenho lido poemas que falavam de sensações que há um tempo eu esquecera, em outras casas e caras. Vinhos que não são doces e pessoas que sabem usar o plural. Até que vem um dia assim, sem esperar, e põe tudo de pernas pro ar de novo - logo agora, que eu comecei a fazer análise e a verbalizar umas dores quietas e inquietas. Mas parece um sonho ainda, qualquer coisa meio surreal; melhor seria ter deixado você esquecer sua blusa aqui, para que agora, sem qualquer sinal seu, eu ao menos pudesse ter certeza do que aconteceu.

domingo, agosto 21, 2011

Universo E Encanto.

No encontro, no desencontro.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Aqueles dias em que,

ouvindo Futuros Amantes, a gente descobre o sentido exato disto:
"Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar"

sexta-feira, agosto 12, 2011

E se o telefone não toca,

tudo bem, porque a força é mais o agir.

quinta-feira, agosto 04, 2011

A man in the box.

No momento em que pensamentos poluem a pura reflexão - grana e outras coisas sós. Sem sóis nesses dias frios; esfria sempre, por dentro e por fora. Como codificar saudade sem modificar o sentimento mesmo? A saudade se dirige a vários objetos. Difícil escrever, vou ouvir e ver.

mas o que

mata são as esperas, e as demoras.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Intermediários, e uns dias.

Porque eu guardo aquele email que te escrevi, e algumas músicas que me recomendaram, e à época achei que quisessem dizer algo. Dizer algo: as pessoas que as recomendavam, e as músicas. Mas não, elas são o que são, as pessoas e as músicas. Quiseram dizer nada não.

Mesmo assim, mesmo dado o fim, algo sempre fica, porque é impossível desfazer o feito, já feito, mal ou bem feito. Jokerman.
"He knows so much about these things".

Por outro lado, sua toalha é clara, sinto saudades leve do seu olho e seu jeito leve de cozinhar abóbora japonesa picada com carne numa panela de pressão. E toma cachaça e revira a cabeça, e olha pela janela - em busca de quê? Tem jeito de raposa, meio arisco, fugidio, mas de repente dou de cara com sua cara me olhando te olhar a comida no fogo, no forno, e você me surpreende no meu gesto meio escondido. E faz parecer bobagem todos esses carinhas bobos, que entendem nada de matemática nem querem saber de conhecer, que não sabem quem é Bob Dylan nem Smiths nem Jim Morrison, o cantor, menos ainda Morrison, o poeta, com sua veia poética desperta após ver o índio queimando no deserto, você disse, enquanto eu olhava seu queixo meio fino, o cabelo liso e escuro escorrido e os dentes não tão brancos, mas com um jeito tao bonito de sorrir e olhar com olhar forte. E quando você falou sobre as poesias do Rei Lagarto, ora, ainda que fosse o textinho-wikipédia, eu confessei que não sabia essa história porque não conhecia mesmo, e me senti perto de alguém que tem algo pra ensinar. Não esses caras que toda sexta-feira põem a perder todo carinho que a gente é capaz de nutrir, toda coisa boa em que a gente ainda é capaz de acreditar entre duas pessoas (ou talvez só seja recalque meu, ao ver alguém que - tão pouco, tampouco sabe as coisas que eu sei, e sei que sei - obter mais êxito em ações das quais, devo confessar, eu jamais me orgulharia se estivesse nesse lugar nada favorecido aos meus olhos. É só que sou carente. Ponto), esses caras tão bobos com suas caras bobas entre peitos e bundas com as quais nem sabem o que farão, desperdiçando ao bel-prazer sem prazer algum. Enfim, você com suas sextas-feiras ainda desconhecidas, seus sábados à noite tranquilos, seus domingos à tarde tão claros, o peito reto e sem barriga, ereto, postura bonita. Você é grande, enquanto eles são pequenos, e se tornam cada vez mais, porque falam ao mundo coisas que você nem deve desprezar, mas desconhecer, ignorar, um mundo ao qual não pertence. Tem um violão e quem sabe uma barra de exercícios na porta de seu quarto, onde pendura luvas sem dedinhos; lê filosofia, Deleuze, e ouve músicas boas. Gosta de crianças, não que eu goste, mas tem jeito, tato, cativa. E sabe escolher os melhores e mais geniais amigos, cercando-se de boas pessoas e de uns amigos meus tão queridos. Fala espanhol e seu quarto não tem cama, só colchão, além de uns dicionários pela escrivaninha. E duvido que goste de sertanejo, de duplas e músicas que falam de uma cultura de massa com suas vidas engessadas. Se um dia você me disser que também curte Caio Fernando Abreu e tem tesão no blues de Robert Johnson, aí eu terei certeza: você é o cara que eu tava esperando esse tempo todo, me preparando com esses intermediários.
Tá, de repente é nada disso, e você curte nada disso, disso, sabe? Ao menos, existe.

quarta-feira, julho 27, 2011

Imunização racional.

Aprendendo com amigos como lidar com essas coisas que não deram certo, e nem era pra dar; agora é dar corda ao que sobrou: aquilo que sempre esteve. Tratar de tratar racionalmente estas questões pequenas: aonde iria dar uma sandice destas? Seu trato e traços nada finos e as grandes diferenças que agora noto, seu eterno gosto por aquilo que não gosto...Alguém cabe melhor nos seus braços, não?

De Noel: Já sei que tens um novo amor. Como naquele pressentimento de última vez saindo do carro: "Ai, ardido peito..."
O jeito é ouvir Cartola, de modo a esgotar essa dor que vezenquando surge, pois não sou de ferro.
Sorte é que nada disso dura pra sempre: nem aqueles bons momentos que até quis que prolongassem, se transformassem de fato em algo, nem esse algo que ainda machuca. Certas feridas fazem lembrança...

quarta-feira, julho 20, 2011

À música nova do Chico.

Mudanças, ou apenas o ciclo da vida - a descoberta da doença, buscas simples. Teoremas complexos sem resultados, só desenvolvimento. Promessas de tudo e nada do que virá: ela é tudo e qualquer coisa. Horizontes, vontades, lembranças do seu modo de mover a cabeça, de sorrir, da sua voz doce e da escolha das músicas. There's a light that never goes out.
A inspiração muda de Smiths a Misfits. De repente um Simply Red. De repente a gente se encontra na próxima estação; e você é tantos, que eu me percebo cada vez mais perto. Mas nada disso era o que eu queria dizer, porque desta feita a vontade de escrever foi feita de surpresa e uma pergunta. Que, como tantas outras coisas, não vale levar a cabo. Eis que surge a conclusão...
"I don't believe in many things,
but in you I do".

segunda-feira, julho 11, 2011

Superstição e Racionalismo;

racionalismo é tentar abarcar mesmo o discurso irracional, aquilo que não se entende, por uma razão alargada. Superstição é tentar encontrar as causas fugindo da cientificidade, ignorando a experiência, caindo no delírio, em contra-sensos. E em dúvidas que não se sanam jamais, ouvindo Bob Dylan e Smiths e buscando origens e porquês e saberes que não se esvaem e sons que prologam a gaita e o cheiro de mate-com-canela, folk, folk. Tão bom sentir assim, tão bom sentir; dançando com pouco de timidez. Sua voz é tão bonita - a do Dylan, a do Morrisey, a sua, a minha. E o mundo é quase um comercial de margarina, e tudo vai dar pé.

domingo, julho 10, 2011

que seja doce!

quinta-feira, julho 07, 2011

Recente - Julho.

porque eu imagino, sim, imagino seu jeito de ler revista, sentado num sofá meio duro. Sentado junto ao braço do sofá, que é cinza, põe-se a ler aquelas revistas tipo Alfa e Men's Healthy. Sim, enquanto eu escrevo ouvindo Chet Baker, vou criando seu jeito de virar a página, com as pernas cruzadas e meio de lado, franzindo um pouco a sobrancelha pra cada artigo muitas vezes tão surreal - fora do real, do mundo das pessoas reais. And time after time, canta Chet. De repente é até sua trilha sonora enquanto lê a revistinha num fim de tarde, como quem espera a namorada ou a irmã, aquela que também tem miopia, no consultório do...dentista? Não consigo imaginar direito. Talvez no gineco, mas ainda parece estranho. Do oftalmo? Mas porque esperar lá fora?

Mas de quem estamos falando? Quem é este cara que eu criei, em seus trejeitos e ações?

quarta-feira, julho 06, 2011

You talkin' to me?

You talkin' to me?

Assistindo aos filmes que a gente sempre quis, porque a fantasia é também realidade. E a realidade, bem, alguma hora nada assegura mais que o que se vê é real. Como esperas ao pé da árvore, e assunto pendentes por resolver. Engraçado é que é quase um espelho, mas talvez do outro lado haja mais coragem, mas preocupação em resolver. E quem sabe dê certo? Quem vai saber? Faz tempo, mas indícios não mentem.

Porque tudo, tudo tem seu tempo. De plantar e colher e esperar e se apoiar naquilo que realmente importa, e prospera. Enquanto isso, vamos ouvindo Chet Baker, e se preparando como quem espera coisas boas: e só coisas boas.

domingo, julho 03, 2011

Trac Trac

O trecho da música surgiu em hora insuspeita, enquanto eu lia os apontamentos sobre o Foucault. Na cabeça um medo, mas algumas coisas começam a caminhar tão bem, resultados tão satisfatórios, dá vontade de aproveitar o embalo. E, quem sabe, ousar um pouco: o que é verdade e o que é minha perspectiva nessa história toda, na espera ao pé da árvore? Para além disto, o que é verdade? Haveria, por acaso, algo assim?

quarta-feira, junho 29, 2011

Boomerang Blues.

Ao fim, por fim, mesmo a saudade irracional queda explicada: é fruto do tempo frio e das vicissitudes e eternas incertezas. Quem dera pudéssemos sempre resolver do modo mais fácil.
O jeito é fazer disto tudo histórias: pra rir, lembrar, e guardar no papel. Tirar da vida, dar espaço para o que vem.

sábado, junho 25, 2011

Da ausência.

"verde quente erva ventre dentro entranhas mate amargo noite adentro estrada estranha".


como dizia a música. saudade de respirar perto da sua nuca, mas também não consigo me lembrar mais do seu cheiro. Parece que não havia, na verdade, porque tudo era leve, leveza, e nada ficou então, tudo voou.

terça-feira, junho 21, 2011

o café de hoje.

Ainda leio bobagem pra me entreter, e sinto saudade de quem me faz rir. Xícaras de café pelas mesas, quanto foi não sei - muito. Muito de expectativa pra na hora não saber o que fazer. É mais fácil se sentir à vontade com quem é mais leve, leva a vida sem os meus pesos e medidas. Mas sei lá, algo martela na cabeça, à la "já vi este filme antes". É que uma hora pára de doer, a saudade se torna só lembrança, mas eu tenho a inexorável sensação de estar mais perto, cada vez mais perto, cada vez mais perto do ponto exato, excelência.
A consciência é essencialmente intencional: dirige-se a algo, um objeto transcendente, que está fora, ora pois. Eu cada vez mais perto, em comparação aos erros passados. Parecia até que ia dar certo. Talvez devesse controlar essa mania de querer controlar: se não está bom, resolva. Eu sou assim, as luzes estão apagando, você me olha com olhos doces, dóceis, e é só isso: uma vida que não conheço e sua afabilidade, seus convites pra tomar uma com tanta gente. Comigo também, sejamos justos, porque justiça é compreensão, mas também lucidez.
Lucidez também é perceber que depois de tanto, não é hora pra mais. Não agora, se o ciclo se repete, se bem que parece um pouco diferente. Vai saber.

segunda-feira, junho 20, 2011

pra machucar os corações.

Antes de começar, perguntei: você quer mesmo? escrever, codificar. Talvez faça bem, ou tanto faz. Podia ser qualquer coisa, um trecho de Pessoa sobre superação daquilo que não cabe mais na vida ou algo que o valha, ouvindo Simon and Garfunkel, qualquer coisa, hoje que não consegui terminar de escrever ainda sobre o Sartre. Preciso de concentração, mas no fundo não há o que resolver. Não há problema, é só o pensamento que não pára, não desliga, quando tudo se apresenta em silêncio.
Mágoa presente apaga a do passado. Foi uma sensação de maturidade a conversa no telefone pra resolver problemas sérios. Apenas faça a coisa certa, eu pensei; como se fosse com você, repetia pra mim mesmo. E a vida foi me emocionando, e a tristeza do domingo tomou conta - porque há acidente e a música daquele dia - mas a vida também me puxou de volta pro seu maior sentido: fluxo que não se capta, tudo passa e outras coisas vêm se que se perceba. Quem diria que viver iria dar nisso? Que um clique e a curiosidade nos levariam tão longe. Que a conversa tão desinteressada conduziria ao não-entendimento. Olha, usei esse "olha" pra introduzir assuntos que não sabia como abordar: pra admitir um retorno à condição de paz, pra reconhecer boas ações - nem vamos questionar se estavam ou não providas de carinho - e a possibilidade de um reencontro. Algo como esse "olha" pra falar que não estava bem, nada bem, e que não dava mais. Algo como esse "olha" pra tentar iniciar: mas talvez seja precipitação querer começar sem encerrar de fato um capítulo, sem dar tempo à vida pra entender o fim de uma etapa. Sempre haverá tempo pra retornar as ligações, e descobrir o que não se sabe bom ou mau.

quinta-feira, junho 16, 2011

heart of gold

"It's these expressions that never give
Keeps me searching for a heart of gold"

terça-feira, junho 14, 2011

Os funerais do coelho branco:

lembrando um tempo em que havia tempo para ler.

"E se eu disser que eu nunca soube nada de minha vida, que eu sempre deixei tudo passar por mim e às vezes ia, às vezes não ia, dependendo do gosto do café"

Tempo é isso. E é aquela música também.

"Devia ser proibido


Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira".

segunda-feira, junho 13, 2011

.

Claro que senti, porque não sou pedra também. Mas em primeiro lugar prezo pela minha sanidade e pelo direito de não precisar me preocupar com esse mundo cheio de desnecessidades, gente desnecessária. Há algo num pôr-do-sol que não é possível explicar. Vai doer, lógico, mas vai passar: só não se perca de você mesmo, não se perca por aí. Não tem música pra explicar essa sensação, aquela mesma que senti saindo do carro na manhã gelada de sábado: acabou.

Tem uma conotação de progresso em relação ao passado. Certas coisas se repetem, continuo a esquecer o que ia escrever num impulso. Deve ser algo sobre a saga da consciência em busca de si, seus confrontos com o objeto, relações estabelecidas. Filosofia é hospital, isso nunca muda...e agora me lembrei da urgência: lavar os lençóis.

domingo, junho 12, 2011

Barra Funda, cinco da tarde;

pôr-do-sol e homens cansados. Maçã argentina. Presença doce que só se vê de vez em quando - família. Amigos. Tanto bem, que preciso só dormir um pouco agora.

sexta-feira, junho 10, 2011

respira fundo;

respeita o tempo. E de repente dá aquele alívio, as coisas se acertam então? A prova corre bem, mesmo quando não é bom o resultado, mas suficiente para ir longe, literamente. E se...imagina? Melhor nem planejar. De qualquer forma fez valer a pena tanto barulho. Experiência, o chocolate quente, que coisa.
Pensar lá, aumenta minha saudade. Mas era impossível também conter o sorriso ainda que no dia tão frio, o lábio um pouco ressecado, a orelha esquerda molhada da água que o ônibus espirrou, ali, em frente ao Pão de Açúcar. De repente tudo o que é pra ser está contido em germe. Que sensação boa esta, nem dá vontade de dormir pra cultivar, assim, quietinho, ouvindo Blues, into your blues, lendo Caio e Sartre. E mesmo quando desacredito, a vida, essas pessoas que surgem e carregam para frente, nos devolvem à linha e o nexo. A boa vontade é fundamento de tudo, até da virtude.

quarta-feira, junho 08, 2011

as coisas tão mais lindas,

isto é, uma continuação do que eu já dissera.

Pensei primeiro em algo como "as piores coisas do mundo". Ou ao menos "as mais idiotas". Dei pra pensar até nessas inconstâncias dos últimos tempos, mas no duro, não é melhor que se deixar levar por tanta confiança. E plano pro futuro. Enfim, sobre o que não der certo, a sensação sempre será de uma saudade, mas como tantas outras cicatriza alguma hora, e mesmo os lugares não trarão além de lembranças. Nada de genial pensar nisso, mas em horas de dúvida tudo parece obscuro. Melhor esclarecer, e sobre o que não se sabe, apenas dar o passo fundamental e inevitável: o próximo.
Sei que parece uma espécie de fim, esse silêncio direto, marcado de indiretas. Tudo bem, ninguém tem que resolver nem dar satisfações. E é ruim, claro, o não-saber, mas isto não leva a lugar algum. Há algo outro, porém, que leva, que quer levar. Me deseje o bem, só o bem: não precisa mais que isso. E não é difícil.
E eu também faço silêncio, me protejo e preservo. Quero só serenidade. Sereníssima.

terça-feira, junho 07, 2011

as coisas mais bonitas do mundo:

me defender quando eu tinha vontade de desistir, afirmar em bom tom que acredita em minha capacidade foi a coisa mais bonitinha que me fizeram nestes últimos tempos. Um carinho na minha bochecha enquanto eu falava no cinema foi a coisa mais bonitinha que me fizeram nos últimos tempos. Dizer que a dor passou depois de termos uma conversa casual foi a coisa mais bonitinha que me fizeram nos últimos tempos. E a ligação - ah, aquela ligação no meio da tarde de sexta, depois de uma semana sem se ver, foi a coisa mais bonitinha que me fizeram nos últimos tempos...sua voz como que entre uma desculpa por ligar e uma realização de vontade, um passo à frente.
O jeito de me chamar - ainda que não seja na minha frente - é outra coisa das mais bonitinhas destes últimos tempos. Tudo anda tão bonitinho: o mundo numa harmonia assim, singela, oscila, surpreende. Até meu choro lendo textos sobre crianças foi bonitinho, perto de outros tempos, como uma canção do Oasis.

"So I start a revolution from my bed
'Cause you said the brains I had went to my head"

domingo, junho 05, 2011

polaroids

of polar bears. Sim, faz tempo. Aí lembro a outra musiquinha, a do cinema. Tudo parece distante. Tenho tão pouca coisa e tanta: o chocolate na gaveta, meu projeto, meus textos, meus planos, pessoas tão boas.
E eu fiquei aqui - ao menos não é mais lá - e pensei bastante, e de repente tive calma, e certeza de que tudo se acerta: porque o que não se acerta passa. Como passou aquela urgência; deixe ir, fluir, viajar, e veremos o que volta...Life is the most beautiful of claims. Acredito, até. Vontade de foto em branco e preto e gente que faz bem. Seus gestos, o perfil, a voz na ligação no meio tarde - você me ligou naquela tarde vazia - e desacreditei quando descobri que literalmente perdi a ligação.
Don't look back in anger. Preciso de um pouco de calma, e paz, e silêncio. E nada fazer.

sábado, junho 04, 2011

anúncio:

"Estás desempregado? Teu amor sumiu? Calma: sempre pode pintar uma jamanta na esquina"

"Life's too short not to forgive";

é preciso ter paciência, deixar fluir, justo na hora que se quer. Mas a ligação no meio da tarde, a pergunta, vale até o que não for pra ser. Vielleicht.

domingo, maio 29, 2011

a grande sabedoria de certos dias:

saber deixar ir aquilo que não faz bem.

quarta-feira, maio 25, 2011

Live and let it be

"Eu me fui, eu me sou, eu me serei em cada um dos girassóis do reino a ser feito. E as coisas terão que ser claras. Releio o que escrevi neste caderno, desde janeiro, revejo o que vivi. Tudo me conduziu para este here and now. Tudo terá que ser claro. How can I tell you?"

Hora de cuidar do corpo e da alma. De retomar a ioga, deixar o resto em stand by...porque com tanta coisa pra fazer, tanta situação boa pra curtir, tanta situação irônica pra enfrentar, o que tem de ser tem muita força, Rosa. Acredito em tanta coisa que só é preciso saber filtrar, e deixar o presente se fazer. Eu faço a mim.

segunda-feira, maio 23, 2011

às nove e pouco,

sento para escrever. Mil e uma coisas, inspiração que não cessa nem deságua em palavra - é só sentimento. Puro sentimento: me deixa lembrar mais um pouco do olho de manhã, do tato que prescinde do visual, a voz baixa. Consciência imaginante altamente afetada pelo análogo afetivo, quase desprovida de saber: que coisa é essa então? E essas horas todas que vão rápido, e a calma, e a leveza. Nem carece, talvez, de palavra ou explicação: let it be.

sexta-feira, maio 20, 2011

e as pessoas estão chegando,

os amigos entram e tomam um café, as coisas boas se reafirmam até nas tragédias, a gente se esbarra nos corredores, ouve as vozes amigáveis chamando seu nome: e o dia se ilumina. E alguém espera num banco, manda mensagens doces com bons desejos. Que mundo claro, colorido, é esse que desponta na janela, em dias que correm tão rápido? A beleza das palavras, do saber, do querer, do toque no rosto.
Eu quero canecas de café e doces, o atraso e a compensação. "The one that makes me laught".

terça-feira, maio 17, 2011

na hora certa.

A hora certa é aquela - depois que passou o senso de injustiça por conta de certas situações. Certas, não; erradas. Mas como tudo que não vale a pena, isso não vigora; contas acertadas, apesar de tanta bobagem-pouca, um dia frio mas quente por dentro se anuncia. Com gosto de chocolate quente da mãe, de cinema e abraço, de gato, de gente tranquila. Por isso calhou de não escrever naquele dia ingrato, ou melhor, na ingratidão daquele dia (porque o resto se salva, ou isso foi um resto), mas agora, depois de tanto motivo pra ficar em paz, despreocupar-se, voltar a praticar ioga.

quarta-feira, maio 11, 2011

In my life

[...]
getting better. As mensagens, a mesa cheia de coisas, informação, formação. Bildung. Freiheit. Uma porção de palavras bonitas, bons desejos...

sexta-feira, maio 06, 2011

Fragmentos:

barulho do caixa liberando dinheiro. Barulho do letreiro anunciando o caixa liberado no determinado mercado. O nariz muito fino e nobre. Seu olho destacado apesar do óculos. Os ombros levemente alargados, salpicados de sardas; ou um sol chinês tatuado nas costas pouco musculosas. A pele muito clara de manhã, o olho semicerrado, o sol aquecendo as meias e o edredon. A curva da cintura e do seio. As unhas agora arredondadas. A espera boba. O cheiro do filme e do cinema. O café-cappuccino. Mãos pequenas descrevendo curvas no corpo; ou mãos delicadas de unhas grossas, não grosseiras todavia. Muito chá-mate por esses dias, e muita gente de bom coração.
Conhecendo um pouco aos poucos.
Tudo isto - fragmento de uma vida.

segunda-feira, maio 02, 2011

uns fantasmas,

quanta coisa que a gente tenta tirar da vida porque não cabe mais, mas vezenquando surge. Meio sintomático, periódico. Eu não entendo os porquês; "pois parece assim. uma maldição. para sempre". E não era pra ser, pois há quanto tempo me desliguei. Faltou desligar os aparelhos de vez, bloquear esses contatos, em seus contatos sórdidos.
Será que é tão difícil entender que quando não se quer mais nada da vida do outro, não se tem interesse em permanecer perto?

quarta-feira, abril 13, 2011

"Frankly, my dear,

I don’t give a damn”

segunda-feira, abril 04, 2011

Games;

Strokes, manhãs calmas, tardes calmas, noites calmas, Sartre, Amor, superação - Aufhebung - Fenomenologias.

"Do I start to feel
Like I'm losing myself"

O que não é uma grande perda, considerando que nada se tem. Intenções, objetos, quereres, tudo meio vago..."not a matter of choice, just a matter of time".
Deixe ficar o que é pra ser...o que tem de ser tem muita força. Saudade de gato e família, de viajar, de nascer do sol pela janela do ônibus. Mas às vezes eu também penso naquilo que me faz um pouco melhor, e do que não se fala. Coisa assim, subentendida.

sábado, março 26, 2011

pra todos nós:

"Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver".

”Estou cada vez mais bossa-nova, espiritualmente sentado num banquinho, com o violão no colo".

Um pouco de Caio F., mais um bocado de paciência e compreensão com meu lado tão ruim, mas que não é inerte; apenas isso, e tempo...Filosofia é meu hospital..''(... ) É hora de fazer tudo o que sempre quis. E é maravilhoso ver que tudo que sempre quis é simples, belo, acessível, fácil, do bem''. Não que antes não fosse: é apenas um outro caminho, talvez.



quarta-feira, março 23, 2011

"Veränderung ist das Gesetz des Lebens".

don't waste your heart.

sábado, março 12, 2011

travessia;

A travessia continua, mas dá sinais de chegar a um porto. Temporário, que seja. Sem provocações, sem mágoas, sem esperas ou expectativas - o que tem de ser tem muita força, e me dá um alívio, e continuo a acreditar assim, devagar, nos dias que se seguem, mesmo quando tudo parece tão cinza e o clima é ruim e pesado...

"E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que "o que tem de ser tem muita força".

"Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará".

"Eu ando tomando o rumo certo agora. Me deseje sorte"

"Você respira fundo. Quase sorri, o ar tão leve: blue".

"Que aconteça alguma coisa bem bonita pra você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo"


quinta-feira, março 10, 2011

travessia

"É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado" (Caio F.). Que seja doce o que estiver por vir, aquilo que a gente não sabe, aquilo que a gente procura: o melhor. É preciso então deixar essas coisas miúdas pra trás, aquelas pras quais ninguém liga, mas que aqui dentro fazem estrago. Não dá pra viver tomando café descafeinado, é algo mais ou menos assim, e ponto. O foda é quando ainda tá em stand by. Mas alguma hora chega.

domingo, fevereiro 13, 2011

quem foi que falou numa noite

sobre alguma música do Pato Fu? não sei, não lembro.
Coisa estranha, tudo isso. Passo horas esticada no sofá, pensando em nada, vivendo leve, imaginando. A droga é essa: sinais que vêm quando estou bem, e que me põem depois pensativa demais. E de pensar que pode ser:
mentira,
algo impensado e inconseqüente,
uma simples vontade,
falta do que fazer.

Ou verdade.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

it's hard to explain;

ou nada disso. Ou tudo isso. Não dar tanta importância, é apenas um sinal de vida.
Vou escrevendo...


"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -,
você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..."

segunda-feira, janeiro 31, 2011

não, não é frescura,

não é nada premeditado; é a session leve e interminável aqui do lado, junto da leitura da Tati Bernardi, mais a sensação inexorável de é melhor não. Melhor não agir, deixar correr, let it be, enquanto eu fico escondida. Porque se mostrar em determinados âmbitos não deu muito certo, e pode pôr a perder aquilo que nem é e que nem faço questão de ser. Porque será que às vezes uma semana dá medo?
E nem era pra ser, nada pra ter. Falta de costume, quem entende?
Acho que o que não quero é a sensação de decidir. De ir ou ficar, voltar. De insistir e depois ser uma droga. Ou não ser uma droga, sequer dar barato. De qualquer jeito, estou consciente: estou pensando. Estou considerando. Imaginando o que pode ser, justo num caso que não dá pra imaginar. Que caso o quê. Só preciso de minha concentração de volta, mas não lembro em qual vida passada eu perdi.

domingo, janeiro 30, 2011

"when we were young";

era pra escrever sobre qualquer coisa. Sobre os sentidos aguçados, as contingências da vida, blablabla. Uma porção de coisa, uma porrada de considerações, nada posto em palavras ainda, quando de repente vem como uma pedra na cabeça que a gente não tem mais 18 anos. A gente, digo: eu. Parece pouco, mas na prática isso representa tanto, pois não dá mais pra fazer como antes, não depois de algumas experiências-conclusões, não dá mais pra se ver com 18 anos ou em alguém de 18 anos ou com alguém de 18 anos começando a descobrir um caminho que querendo ou não quem já passou acha pisoteado, embora fantástico. Tá, não são os 18 literalmente ou algo que o valha, mas é o sentido da questão: nem dá pra continuar no mundo a passeio o tempo todo. Tem festa e não-sei-quê, mas a alma anda como se tivesse a mesma idade que a idade do céu. Deixe que o tempo cure...Mas a gente quase manda dividir essa juventude com a gatinha ali do lado, boy, mas vale a intenção, sobre tudo que a gente não sabe onde pode dar. Seria engraçado uma visita dessas, no mínimo curiosa, sem roteiros. Ah, sei lá. Ouvindo tanta coisa, lendo tanta coisa, sentindo mais ainda. A vida é tão boa, só acho engraçado esses 21 anos assim, tão bruscos.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

just do it

ou desfaça ou feito; pode ser que dê certo.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

lá,

era como se sentir no Haçienda. Só faltava New Order. Blue Monday.

terça-feira, janeiro 25, 2011

?

.......

?


.........

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Poesia

Põe teu dia e um pouco mais na cabeça,
transforma em pensamento.
Ou abstrai e imagina -
dá no mesmo, se sai palavra.
A chuva de verdade ou criada,
Teus filmes vistos ou roteiros desejados,
os corpos tidos ou sequer tocados -
quem poderá dar o limite entre
tua imagem e minha imaginação?
A quem interessa se vives ou crias um mundo
todo teu de dentro do quarto branco ou cinzento;
Se sabes a cor das árvores ou apenas lembras
do cheiro úmido e verde?
Há quem se interessa, e espera por.


Põe o café na caneca e o cheiro dele na caneta,
rabisca o papel, decodifica, desmistifica,
faz da carne verbo.
E talvez careças de menos de sete dias
pra criar um Mundo.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

uns começos,

meio assim, pela metade já. Mas o que vale é a intenção.
Quando não quero - aliás, quando não penso com querer - é que aparece o motivo. Tão próximo; eu, tão cheio de ideias. Quem sabe dê certo?
Mas sobre outros âmbitos, penso: o que falta? Tudo? Nada? Sei não como saber. Vezenquando é tão aqui, shoulder to shoulder...Ah, quem me dera resolver num passe de mágica. Ou num passo certo. Ou ser o próximo passo.
Enquanto isso, em busca de novos rumos. Tocando em frente. Deixo ao acaso os encontros, e quando o faço, até que dá certo, leve e calmo. Neste momento tento escolher qual música vai embalar uns escritos...Dylan tá bom, né? Eu aqui, comigo mesmo; nada melhor.

domingo, janeiro 09, 2011

gosto tanto

de mate com limão. Bebo como se fosse café. Gosto mais de blues que jazz, mas hoje Fitzgerald tá boa demais. Dou umas voltas, penso "parabéns Bowie", ouço ainda On the way home. Tanta coisa pra ler, tanto livro e página...penso em Fernando Pessoa e na vida dedicada só à escrita, abarcando um múltiplo tão múltiplo como não há igual em outro lugar. Uma porção de coisas pra fazer; preciso de uma poesia, sabe, daquelas bem diferentes. Mas há tanta beleza, muita música (re)descoberta, que vai passando o medo de um encontro, e dá lugar à vontade de outros encontros. Tá, é claro que às vezes volta alguma coisa, um peso no estômago bem estranho, mas o saldo tem sido positivo do que se pode esperar quando nada há planejado.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

"Shoulder to shoulder..

but not advanced...You, me...it's all just circumstance".
Lado a lado, cada um com seu plano, mas no fundo é a mesma coisa. Mesas pares, um respondia inconscientemente ao movimento do outro, ao barulho do outro, à respiração do outro. Foi engraçado como há tempos não se via, e eu tinha muita vontade de rir, de virar a cabeça pra direita, sabendo que se o fizesse não veria senão alguém como eu, tentando se concentrar atento aos gestos alheios. Visão periférica. Ou não. Ou é tudo coisa da minha cabeça.
Em todo caso, eu gostaria de poder cultivar algo novo; vendo alguns passos anteriores, percebo as falhas (mea culpa) e penso que tudo pode ser remediado, quando começado de novo. Do zero, zero e um. Nem sei qual grau na escala, posto que há tantas coisas mas foi no fundo nada.
Enfim, quem sabe a vida dá novas chances, e quem sabe se possa dar novos passos? The next time around...It's how it's means to be - a brand new start.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

aquilo que a gente não sabe.

Mas é engraçado como o tempo de trocar de roupa e descer, segurando o guarda-chuva vermelho, cabelos mais escuros agora, a blusa verde; o tempo foi exato pra encontrar ou descobrir um outro caminho. Não novo, nem certo - apenas outro. Em tempos de repetição, um outro caminho engendra uma multidão de outras considerações. Meio mágico, eu achei, embora indique nada, embora nunca tenha indicado algo. Mas deve ser o tempo, essa cidade quente e chuvosa, as tempestades de fim de tarde, são todas surpresas. Warning sign, como em outros tempos, mas agora mais claro, mais limpo.

"Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras". Caio, caio...