sábado, janeiro 30, 2010

Salinger is dead, baby.

Dia atípico aquele, o da morte de Salinger. Vê o absurdo da coisa: como é possível que justo aquele sujeito morra, algo que quase nunca se pensa. Quando li O Apanhador, parecia que Salinger não morreria nunca, porque na verdade eu sequer pensava em quanto ele estava vivo, era tão surreal aquela coisa toda do isolamento - e de repente é notícia de mídia, e pronto, o cara morreu. E bateu aquela coisa estranha, aquela saudade de quem eu nunca conheci, e que era tão familiar.
Talvez seja a TPM, pensei. Talvez seja a percepção da finitude, isto é: acabou-se Salinger, ainda que sua obra permaneça. Pensei em quando li O Apanhador, em como tudo confluiu para que este evento de fato marcasse a vida indelevelmente...não sei se só pela obra pura, ou se era pelo momento; no fundo, todos nós éramos então Caulfield, e Caulfield era todos nós, errando pelos parques antes de enfrentar a vida no duro, lidando com todas aquelas pessoas que ora nos surpreendiam - como Phoebe e sua maturidade precoce - ou pela capacidade de provocar reações diversas - como Stadlater.
Engraçado é que mesmo depois de tanto tempo - calculo uns cinco anos - de ter lido o livro esses personagens vivem. E Salinger morrer foi então como uma analogia de quantas coisas daquela época que "morreram", eu até pensei em dizer que as deixei pra trás, mas a verdade é que as passei pra frente, algumas, com um quê de esperança de que aquilo tudo se repita, mas com a inevitável certeza de que jamais será como era, nem com terceiros, nem comigo.
É a coisa, não consigo parar de pensar nisso. Além dos pássaros, pergunto agora: pra onde foi Salinger? Diz: alguns sonhos não podem ser esquecidos, e eu retruco a um nível mais fundamental: o que são sonhos, ou quais são os nossos agora?

quinta-feira, janeiro 21, 2010

A grande sensação

de realizar um pequeno sonho.
Bem, há coisas em que há tempos pensamos, e planejamos, como assistir aquele filme. exatamente aquele.
E agora, meu caro, Zed's dead...pra quem vamos dizer nossas melhores palavras, aquelas que achamos que são só nossas?

domingo, janeiro 17, 2010

todo mundo é tão diferente

e tão parecido (pra não dizer outra coisa).
As palavras nos expressam, mas nunca pensei que as minhas frases, que eu julgara tão minhas, fossem comuns a outras pessoas, e não se trata de pessoas-por-aí, mas de pessoas tão próximas, tão como eu - é assim que se destrói o mito da individualidade, dir-se-ia.
Mas isso seria o quê? Uma espécie de fundo universal que nos une a todos, que nos faz repetir as mesmas expressões sem perceber, enquanto cremos todos no quanto somos geniais por "criar" efeitos e protagonizar feitos; acabou-se o mito de que somos especiais.
É difícil encarar isso, porque depois de algumas conquistas individuais é quase natural acreditar que há uma genialidade potencial em cada um, mas nunca que somos igualmente geniais, portanto NADA geniais. Afinal, por todos os lados os gênios se caracterizam por se diferenciar do resto do mundo, como se acreditava no XVIII de Goethe e Kant; e mesmo depois, com Schopenhauer, essa diferenciação permanecia, não em relação ao gênio, mas ao filósofo, inclusive na expressão física.
Enfim, tudo isso veio à mente para ilustrar essa necessidade de diferenciar pessoas que seriam, de alguma forma, especiais, e como sem querer (será mesmo que era sem querer, pergunto agora) acreditava eu que me diferenciava dos demais por meus escritos. E quando li o que outra escreveu, era quase eu, era quase eu em tudo, em palavras e escolhas (pessoais e profissionais!).
E agora, agora fui ao chão, perdi inspiração e me perdi, ou me espalhei por aí.

sábado, janeiro 16, 2010

Sem palavras

esses significados são de fato o que eu creio?
Eu me escondo um pouco - talvez queira só um pouco de sossego. É que são tantas músicas, e tantas frases, e tantos dias e tantas lembranças que eu me perco; é difícil.
Quisera eu parar devidamente o tempo e seus desdobramentos; pudera eu saber o que fazer. O que você está esperando, penso.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

É meio estranho

porque adquiri umas reações a tudo o que recuso: sinto ânsias; um bolo no estômago à vista de algumas coisas. Tem aquele passado que volta, surge, e se revolta - o que é pior.
e tem minha curiosidade também.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

as melhores palavras que alguém poderia dizer

vieram do coração, com olhos levemente molhados pela emoção de momentos simples. Quero tudo simples, quero tudo e muito simples, e meus pés descansados e meus olhos sem ciscos.
Quanta coisa quero eu. Saí do cômodo era noite já; porque não havia eu visto que escurecera? E pensei: quero sossego, apenas isso; com o gosto de cappucino e lembrando "Vamos fazer um filme", o ônibus partiu e alguém lá fora ficou, como alguém sempre fica.
E eu vim, trazendo boas lembranças e sentimentos.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

esses sentimentos que não se explicam

às vezes tenho certas certezas - do que vai acontecer, do que vai dar errado, de como as pessoas agem. Intenções. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece...o negócio não é assim?

Décadas vão e vem; impressionante é o que permanece.
Além do que se vê, há o que se sente; os instantes vividos juntos fazem uma ligação, um contato que quiçá desperta. E faz pôr nossos olhos abaixo de tudo, eles que sem ver também dizem coisas, pelo passado.

Mas sem tons proféticos, vamos vivendo, a vida correndo nos instantes e livros e canções; novas e novidades, velhas novidades.

"Com quem você quer falar, por horas e horas e horas?"

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Canções que já esqueci

são de momentos passados. E dos futuros, quais canções farão parte?
Há alguns sentimentos por esses dias - surpresas e lembranças, tentativas (não se diga frustradas, mas reveladoras dos limites de intenções e boas ações), pensamentos e muitas reflexões sobre inícios - qual o sentido de um novo ano para homens velhos e atitudes saturadas, não pela repetição, mas pela pronta aceitação sem questionamentos?
Qual o sentido? Quantas coisas podem acontecer sem que se saiba?
Mas tudo está tão bem, tão calmo e bem - com cheiro de casa, houve até cheiro de manhã no campo - que as perguntas não me detem tanto tempo, mas só me impulsionam...