domingo, janeiro 17, 2010

todo mundo é tão diferente

e tão parecido (pra não dizer outra coisa).
As palavras nos expressam, mas nunca pensei que as minhas frases, que eu julgara tão minhas, fossem comuns a outras pessoas, e não se trata de pessoas-por-aí, mas de pessoas tão próximas, tão como eu - é assim que se destrói o mito da individualidade, dir-se-ia.
Mas isso seria o quê? Uma espécie de fundo universal que nos une a todos, que nos faz repetir as mesmas expressões sem perceber, enquanto cremos todos no quanto somos geniais por "criar" efeitos e protagonizar feitos; acabou-se o mito de que somos especiais.
É difícil encarar isso, porque depois de algumas conquistas individuais é quase natural acreditar que há uma genialidade potencial em cada um, mas nunca que somos igualmente geniais, portanto NADA geniais. Afinal, por todos os lados os gênios se caracterizam por se diferenciar do resto do mundo, como se acreditava no XVIII de Goethe e Kant; e mesmo depois, com Schopenhauer, essa diferenciação permanecia, não em relação ao gênio, mas ao filósofo, inclusive na expressão física.
Enfim, tudo isso veio à mente para ilustrar essa necessidade de diferenciar pessoas que seriam, de alguma forma, especiais, e como sem querer (será mesmo que era sem querer, pergunto agora) acreditava eu que me diferenciava dos demais por meus escritos. E quando li o que outra escreveu, era quase eu, era quase eu em tudo, em palavras e escolhas (pessoais e profissionais!).
E agora, agora fui ao chão, perdi inspiração e me perdi, ou me espalhei por aí.