domingo, dezembro 29, 2013

2013 foi um ano atípico

Para Dominic Molise (ou seria para o próprio John Fante?) 1933 foi um ano ruim. Mas deveria ser feita a justa ressalva: foi sem dúvidas um ano emocionante.
Por aqui, 2013 foi um ano de aprendizados e decisões. Os rumos profissionais se afirmaram e começo a me questionar muito seriamente se a partir de agora deverei chamá-los apenas de profissionais, uma vez que se imiscuíram na vida de um modo tão completo, que não há volta.
O campo pessoal é o que sempre apresenta menos resoluções concretas e mais espaço à construção de possíveis resoluções e sobretudo destruição das velhas opiniões.
Quão diferente somos hoje?
Estamos cada vez mais próximos dos nossos sonhos.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Representações

O papel e o que ele representa; sua capacidade neste mundo corporativo-burocrático: atestar que um canto me pertence por um determinado tempo.
Ignoramos o papel que contém poesia, mas o jurídico e o econômico não. 
Minha noção exata do ocorrido surgiu ao ver o papel. Será ainda maior quando lá constar nossas assinaturas. 
Ok: a poesia ficará para quando eu habitar.

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Alguns apontamentos cotidianos sobre mudanças

Não é engraçado perceber o quanto as simpatias mudam?
Aquela gente que me era próxima hoje em dia não conheço mais, mudo o olhar quando reconheço no ônibus. Mas aqueles, muitos, que eu antes achava terrivelmente bobos, moderninhos demais, wannabe demais, hoje me são semelhantes - assim, semelhantes de longe, mas os compreendo melhor.
Há uma coisa essencial nisso tudo: admiração atual pelos moderninhos hipsters poetas se deu porque e quando eu percebi que eles cuidavam da própria vida.
Nada mais interessante que uma pessoa com vida própria.

(Coceiras: primeiro coça de vontade de se riscar, depois coça durante a cicatrização.)

Do lado de cá, mudanças também. Internas e externas. 
"Oh baby, that's hard to change...I can't tell them how to feel. Some get stoned, some get strange, But sooner or later it all gets real".
Walk on.

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Ancorar-se

Ancorar-se sem estagnar - é só o buscar de uma referência, um lugar de pouso no meio de tanta viagem, passagem, transição.
Algo tem de ficar neste eterno devir de pessoas, de sentimentos, de lugares.
Eu sei dos dias importantes da tua vida e me questiono se foi por isso que eu acabei ficando de fora. Por outro lado, o simples fato de não querer compartilhar essas importâncias comigo já é sinal de que eu estava fora.
Tenho umas saudades estranhas.

segunda-feira, dezembro 09, 2013

Mas minha ira me era confusa

Se me chamasse hoje eu iria, não por sentimento ou coisa do tipo, mas pra exteriorizar as energias. No fundo no fundo não sou ser vingativo; sei bem superar certas coisas por motivos práticos. 
Me mira, mas me erra.
Esse "Eu, Verônica, paciente de mim mesma" ficou girando na minha cabeça ao som da voz potente da Karina Buhr.

Vazio
Não sente nada, só vazio.

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Menininho de tênis

Seu tênis coloridinho contrastando com a barba de homem sério. Te imagino na sua casa ouvindo Los Hermanos, como eu tô fazendo agora. Só não é minha casa ainda.
Mas senta aqui mais perto e deixa eu contar da novidade, do meu grande sonho prestes a se realizar. Vou cumprir minha vocação pra poeta-escritora vendo a cidade do alto e escrevendo sobre pessoas e suas vidas através da janela, aquele janelão que vai encher meu quarto-sala-cozinha de luz de dia e de poesia de noite.
Estou tão inspirada e você não sabe.
Talvez tenha notado pela movimentação das minhas costas, ou pelos traços marcados na pele que se multiplicam. Ou pela música que não sai dos meus ouvidos. Mas é fato que a gente se aproxima em silêncio, fica lado a lado respirando o mesmo ar quente e seguindo um ao outro.
Que é que tá faltando pra gente trazer isso pra efetividade?

segunda-feira, dezembro 02, 2013

A persistência da doença

Novamente estou sofrendo de ciúmes
Irremediavelmente
Façam o favor de me desligar o coração, de depurar dele essa sensação imbecil infeliz paralisante que me faz retroceder tanto e me deixa inquieta comigo mesmo
Vejo coisas e penso: sei bem o que você quer.
E me questiono com raiva: como me deixei levar?
Eu nunca fui assim, crédula em palavras. Nunca quis nem quero e recuso qualquer possibilidade pois tenho para mim que não sou ser feito para aturar quem mal se preocupa com a escrita, quem não se preocupa com o outro.
Em especial se o outro sou eu.