quinta-feira, dezembro 20, 2012

O mundo todo errado

ou sou eu?
Queria férias e livro do Neil Young, mas é preciso primeiro cortar do texto e da vida o que não cabe no limite atual dos projetos. 

Nunca acreditei muito em você, mas me senti envergonhada hoje ao notar certas evidências de que eu desconfiava das coisas erradas. Neste sentido, você não me enganou. 
Mas sejamos racionais: você nunca esteve muito aí. muito menos aqui. Só preciso de paciência pra esperar isso tudo passar. Até lá, viagem, música, amigos, família, Hegel ocupam meu tempo suficientemente.

sábado, dezembro 15, 2012

Super-homem, a canção,

ou 
a culpa é de quem? 

Eu não te quero, eu te quero mal.

Talvez seja o caso de sumir da minha vida, ou eu sumir da tua, porque ainda que não te veja, está presente. O homem mais sábio que conheço me alertou hoje: o que é pra ser, é no ciclo da natureza, acontece. Alertou, e no início senti que o resto se alterou, mas ao voltar e ver sua cara no porta-retrato eu me lembro que você está aí.
Eu sinto falta da selva de asfalto e suas possibilidades. 

sábado, dezembro 08, 2012

The Perks of Being a Wallflower

"We accept the love we think we deserve".
Entre tanta espera e erro e pergunta enfim encontro uma resposta, parece. A gente aceita o amor que pensa merecer, essa é a resposta pra tanto relacionamento infeliz, tanta gente legal que se envolve com pessoas babacas. E me questiono lucidamente: até que ponto não é este meu caso? Quer dizer, não sei exatamente se sou a pessoa certa ou a errada em questão, acho que nem é isto o que vem ao caso, mas sim o julgamento de si, a honestidade consigo mesmo sobre aquilo que pensamos merecer. Charlie sustentava, a seu modo, o mundo ao seu redor: as brigas, as infelicidades, as mortes, ou mesmo aquilo que era fruto de escolha. É mais ou menos como quando a pessoa escolhe não vir e não avisar, desmarcar, não responder, não se importar em magoar, quando a pessoa se esquece de coisas importantes, não nota os detalhes: é uma escolha, não pode ser tudo minha culpa, ainda que tenha que mudar tanta coisa em mim. Só não é justo querer segurar a barra sozinha. Cansaço e preguiça emocional de relações - de todo tipo - unilaterais.

Mas quando descobrimos qual é o problema, e talvez, uma possível solução, é quando nos sentimos infinitos. 

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Utilidade pública

Pessoas deveriam vir com certos avisos pregados, em letras garrafais, para economizar chatice. O meu seria, sem dúvida: não se atrase para encontrar comigo; nunca, em hipótese alguma, combine alguma coisa e não apareça, ou desmarque depois. A menos que queira que eu desenvolva a partir de então uma desconfiança crônica em relação a você, que me faça sempre pensar duas vezes: será que vai furar comigo de novo?
Porque caralhos me desconcentrar então? Eu estava feliz à tarde, estudando o Hegel, me apaixonando de novo pelo meu projeto, quando você me interrompe como quem quer nada. E não aparece. E eu não consigo me concentrar de novo, com o ouvido colado à porta. Eu tinha conseguido dar rumo à vida, seguindo o conselho em que eu realmente acredito, isto é, cuide de você e as coisas acontecem - ora, quando você faz algo produtivo, coisas realmente acontecem, mesmo que não sejam aquelas que você queria. Você está ativo. Mas a espera me transforma no passivo, ainda mais no momento em que não há o que fazer, a que recorrer. Toda vez que alguém atrasa ou não aparece, alguma coisa importante deixa de ser feita - aquela cerveja que eu ia tomar com outra pessoa mas não fui, porque fiquei te esperando...Desejo que essa cerveja pese na sua alma e que milhares de pessoas atrasem e não apareçam miilhares de vezes. E que eu esteja incluso nelas, pra tirar a desforra. 

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Se realmente fosse o fim do mundo:

E se o mundo acabasse logo agora que eu descobri ser mentira tanta coisa que ouvi sobre a Revolução Industrial e suas origens? E se o mundo acabasse logo agora que consegui ler e entender um pouco Marx, ainda que desse modo torto? E se o mundo acabasse antes de você fazer suas viagens e ficar um tempo fora? E se o mundo acabasse logo agora, com todos os trabalhos desesperadamente concluídos em poucos dias de leitura efetiva e escrita febril? Logo agora, que vou começar meu mestrado e tenho minha grana novamente? Logo agora, que resolvi tirar meu sabático emocional pra tratar ciúme-insegurança-imaturidade e afins? Logo agora, que tenho a percepção clara de que conheci pessoas tão legais mas eu tenho sido toda errada e to disposta de me acertar?

Para onde iriam as memórias? Para onde iriam os projetos e ideias? O que seria do meu corpo? E do Espírito Universal? Também as baratas morreriam? Água? Sol?

sábado, dezembro 01, 2012

Aconteceu

Aconteceu o momento em que o outro te compreende mal, em que as pessoas se desentendem, em que o cara babaca vai se achar a pessoa mais requisitada do mundo porque você cometeu o crime de fazer uma brincadeira. Não tenho mais fígado pra gente dissimulada, pra gente que não sabe se expressar, que não sabe o que quer, ainda que esse querer não seja - de modo algum, em hipótese alguma - um querer pra toda vida, um querer grande, qualquer bobagem dessas, nem precise ser. Prefiro que você fique com seus tropeços, o passo torto, eu não tenho saco, e me desculpe, eu volto a enjoar de você.