quarta-feira, dezembro 23, 2009

um pouco de luz

e de sombras. Nesse jogo é que tudo se resolve.
Aqui, parece que lá nem existe. Uma calma danada, propícia pra algumas decisões.

domingo, dezembro 13, 2009

Quais as canções da nossa vida?

Qual a cor de sua angústia, de sua espera, de sua expectativa? Qual o porquê da não-iniciativa?
O que eu quero eu não sei; descobri umas músicas tão simples, e que dizem tanto. E outras, bem, elas me põem pra baixo um pouco...down...down...down.
Bem, nem tudo tem que ser sempre. Às vezes estar do outro lado quer dizer alguma coisa; penso bem nas minhas atitudes, e vejo que não posso deduzir dos outros tudo aquilo que imagino, pois faço coisas em contradição com a vontade. Mas como ignorar também? Fato é que...me vi agora repetindo frases engraçadas, efeitos engraçados, e esperando aquilo que não era possível. Estou sempre tão egoisticamente dentro de mim mesmo que não percebo o que vai além.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Até esquecer o que eu ia falar

A demora da tecnologia me atrapalha a inspiração - é fato. Enquanto eu esperava a página carregar e seus trâmites nada burocráticos, mas que levam para o buraco minhas idéias, elas fugiam. Ficaram algumas, restantes da noite tranquila. De pé, com calma, a mão ocupada e a outra no bolso, ora me via de frente com algum resquício de impulso de umas noites passadas, ora com demonstrações de afeto por algo que não tem volta, creio.
Eu nunca vi você chegar, nem ir embora. É uma permanência estranha, penso. E enquanto eu conversava, seguia com o olhar, e eu me perdia em minhas explicações.
Penso: qual será o termo disso tudo? Afinal, cada vez mais me convenço de que há algo, não é só desconfiança ou cisma minha, maluquice de quem vê motivo em olhares insistentes. Pôxa, pôxa.
E só porque o dia foi bom, fiz essa concessão - escrever antes de ler meus textos pros trabalhos finais. E só porque tive surpresas boas, e agora tô com a mente calma, quero expressar isso ao mundo. Mas confesso também que ali, parada, olhando a empolgação no rosto duma pequena japonesa, tão pequena era que sua guitarra era quase de seu tamanho, eu pensei também quem mais poderia estar ali.
E nada mais, nada mais vai tirar minha atenção, distender ainda mais meu espírito.
Mas considere isto, diz a música; considerei tantas coisas que não devia, que agora às vezes me perco. E se ela estivesse lá, talvez fosse a porta - de entrada ou de saída? Tudo sempre tem dois lados. Tenho umas esperas, expectativas desejosas, de nada em especial, mas apenas de coisas boas, e que façam valer a pena.
E, sem perceber, mais uma vez as mãos voltaram machucadas...
"And all the fat-skinny people, and all the tall-short people; And all the nobody people, and all the somebody people; I never thought I'd need so many people"

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Lili Marleen

A historiazinha de um soldado que escreve pruma mocinha...algo assim, canção em alemão, enquanto rolava uma revisão de prova. E depois - bem depois, diga-se - houve tantas coisas, mundo girando na boca do estômago, e gritando pra sair, pondo pra fora os descabimentos da vida.
E o que mais? Hoje, enquanto fazia descobertas fantásticas ao longo da aula, batia uns pensamentozinhos também, acerca do futuro próximo, da expectativa que se alonga. Pensei sobre saudades de livros, de pessoas que nos demandam tempo e mandam notícias que alegram tanto, tanto - como é possível isso?
Ai, quanta coisa. Tô muito cansada, e até mesmo um pouco debilitada - de quê? De tudo, deve ser. Continuo sem conseguir sair de mim pra dar rumo no que vem de fora. Agora, o que que vem mesmo? Eu senti vazios enormes sempre que terminava trabalhos que exigiam muito esforço; deve ser assim que se sente após um parto. Crianças nascem, crescem, e deixam o lar; esta é a vida.
Das Leben...das Leben.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Kant e Kant

Só isso me interessa agora, e por um tempo longo (ou melhor, por uma expectativa longa): como se dá o conhecimento?

domingo, dezembro 06, 2009

Eu quero tanta coisa

Quero um pouco de férias, uns dias de 48 horas, mas que o tempo passe rápido. No breu da noite pensava em tudo isso, as coisas se acumulavam um pouco; mas o dia fora bom, cheio de expectativas quebradas. Meu espírito, como diria Agostinho, se estendia rumo a estas expectativas, e estendia-se também em memórias, ligados ambos os momentos pelo presente ínfimo, ou melhor, inexistente, e isso era o tempo. É impressionante como nessa perspectiva tudo cabe dentro do sujeito, em sua alma; é espantoso como, desse modo, o homem consegue dar conta do passado, do futuro e do presente dentro de si, distendendo-se. Homens são sujeitos capazes.

Flanerie

hoje foi dia de flanar por aí, vendo as pessoas, passos, roupas, presentes, idéias brotavam, ônibus e trens e metrôs na cidade tão cheia e tão vazia; eu tão cheia e tão vazia, tudo tão cheio e tão oco.
Tão vago, os vagões, as vagas ondas. Há praias em algum lugar, eu tenho pressentimentos, nada de extraordinário, acho que são só confluências de tanto pensar.
A gente chega, com efeito, a algum lugar.

sábado, dezembro 05, 2009

Logo abaixo

das linhas do meu pensamento; entre frases se constrõem considerações sobre a cidade branca. Chove tanto, todos esses dias; sempre tem garoa, sempre tem um quê de solidão boa, e nostalgia. Somos responsáveis por o quê, além de nós mesmos? Por alguns sentimentos alheios?
Não consigo ver os prédios daqui; há uma cortina de neblina fraca. Dormi bastante de ontem pra hoje sem sequer perceber; era pra ter acordado antes, e ter me movimentado antes que sentisse cãimbras. Ou ter falado antes que não houvesse mais tempo.
[...]
Tudo em suspensão...tudo em suspensão. A atmosfera é fria, nem parece dezembro. Que dia é hoje? "Não lembro; Parece dezembro; De um ano dourado". A sensibilidade aumenta em certos períodos, eu sei.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Pois é [or High and Dry]

"Pois é, não deu
Deixa assim como está, sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu consegui
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar"
Pois é, cabe a nós refletir sobre tudo isso. O que as pessoas dizem, o que a gente prediz no sentimento, porque nos contam sobre tantas coisas, quando não estamos bem? E o medo de ter medo de ter medo?
Percebi o quanto adiei atitudes, por consequência, decisões; as que tomei saíram pela culatra. Os lugares que quis ir permaneceram fechados...hoje é só o começo do fim das nossas vidas. Eu...eu...respiro fundo, penso se é melhor dormir, ou mergulhar em Kant sentindo o gosto na boca. E o impulso me empurra para o que eu não quero...e o tempo nos empurra longe. Eu nem mesmo sei o que queria tanto dizer. Parece que não foi há pouco tempo, parece que foi nunca.
Mas as consequências dizem o contrário: parece que foi sempre.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Adventskalender.

Como num Adventskalender, as coisas vão se abrindo conforme o dia certo: nunca antes, nem depois. Mas confesso que me é difícil, quiçá impossível, compreender o alcance da atitude - do olhar persistente à ausência de tato (no sentido dos sentidos - contato) são passagens de dias que permanecem fechados à minha compreensão.
É engraçado como retorna, revisitado, o dilema kantiano: o conhecimento é fruto da experiência ou daquilo que é meramente intelectual? A que responde Kant: dos dois. Faltando-me qualquer um, compreendo que o objetivo ainda não foi alcançado.
E a hora certa se posterga...
Tangerine, tangerine...

terça-feira, dezembro 01, 2009

uma música

e mudanças são indícios de quê? Ora, às vezes as pessoas precisam exatamente daquilo de que nos acusam.
Eu tenho paciência, às vezes, mas em outras é testar a boa vontade. É demais, dir-se-ia.
Mas há bons momentos, e sensações engraçadas, difíceis de explicar e, sobretudo, de prever. Há outros caminhos também, e vários que levam a lugares diferentes...a ligação é o que há de subjetivo: sou eu que os trilho, que os percorro e deixo alguns para trás, outros não escolho, em outros me embrenho e arrependo, franzindo o cenho numa mania que tô tentando largar. Cada um, enfim, com suas metas, e todos chegam ao fim, ou aos fins.
E Schopenhauer, contudo, concebe a Filosofia como atividade que deve estar desligada de fins - antes, dever-se-ia viver para a Filosofia e não da Filosofia. Merece reflexões, de fato.