sexta-feira, dezembro 11, 2009

Até esquecer o que eu ia falar

A demora da tecnologia me atrapalha a inspiração - é fato. Enquanto eu esperava a página carregar e seus trâmites nada burocráticos, mas que levam para o buraco minhas idéias, elas fugiam. Ficaram algumas, restantes da noite tranquila. De pé, com calma, a mão ocupada e a outra no bolso, ora me via de frente com algum resquício de impulso de umas noites passadas, ora com demonstrações de afeto por algo que não tem volta, creio.
Eu nunca vi você chegar, nem ir embora. É uma permanência estranha, penso. E enquanto eu conversava, seguia com o olhar, e eu me perdia em minhas explicações.
Penso: qual será o termo disso tudo? Afinal, cada vez mais me convenço de que há algo, não é só desconfiança ou cisma minha, maluquice de quem vê motivo em olhares insistentes. Pôxa, pôxa.
E só porque o dia foi bom, fiz essa concessão - escrever antes de ler meus textos pros trabalhos finais. E só porque tive surpresas boas, e agora tô com a mente calma, quero expressar isso ao mundo. Mas confesso também que ali, parada, olhando a empolgação no rosto duma pequena japonesa, tão pequena era que sua guitarra era quase de seu tamanho, eu pensei também quem mais poderia estar ali.
E nada mais, nada mais vai tirar minha atenção, distender ainda mais meu espírito.
Mas considere isto, diz a música; considerei tantas coisas que não devia, que agora às vezes me perco. E se ela estivesse lá, talvez fosse a porta - de entrada ou de saída? Tudo sempre tem dois lados. Tenho umas esperas, expectativas desejosas, de nada em especial, mas apenas de coisas boas, e que façam valer a pena.
E, sem perceber, mais uma vez as mãos voltaram machucadas...
"And all the fat-skinny people, and all the tall-short people; And all the nobody people, and all the somebody people; I never thought I'd need so many people"