sexta-feira, maio 12, 2017

Pelas ruas

Você sabe, é que parece a mesma coisa. As pessoas estão sempre nos mesmos lugares, no protocolo do agir e do performar. Não é ruim, só é igual, e de tão igual, poderia ser tudo a mesma coisa, ou nada, que daria no mesmo. Com isso se esvai em mim a sensação de que algo - uma conversa, palavra, piada, toque, em qualquer instância - foi realmente única, e isso constitui a ilusão perdida.
E você sabe: nem todos os discos, nem os cafés, nem as fotos, nada disso vai nos livrar de encarar que, fatalmente, vai ficar o núcleo duro e só, o que vai ficar é a voz interna quando a gente põe a cabeça no travesseiro e fecha o olho, logo antes de dormir.