domingo, novembro 28, 2010

o que eu disse

foi pra mim mesmo, ninguém mais tem a ver com nada. O que eu disse é que diria nada que não fosse necessário, enquanto tomasse as decisões justas comigo mesmo.

quinta-feira, novembro 25, 2010

sei lá, ás vezes a gente percebe que precisa

de mais lirismo na vida. De ocupar o tempo com algo que peça tempo no instante exato - mas que peça atenção de verdade, e não algo que a gente ache que merece ser pensado, pesado. Esses méritos são tão relativos.

Mas aí, boy, como diria Caio F - mas aí, boy, quando a gente percebe que precisa do lirismo e tal, de repente aparece uma surpresa. Um presente, uma presença ressurge, o dia fica leve, as palavras pulsam, lirismo, lirismo. E a gente lembra de umas palavras ditas, de um amanhecer e acordar leve, e saca que se tudo for uma grande mentira, o problema não é mais nosso, a insensatez é do outro, se a sinceridade era verdadeira e nossa.

Bancos têm sido tão presentes em minha vida. Foi engraçado ver ali algo que eu intuía há algum tempo, mas não sabia quando seria. Porque se a gente sabe sempre quando acaba, sabe também quando há de voltar. Ah, boy, tô tão Caio F hoje, em estado de graça, leve. Entendo nada, não. Só sei do que é fato por hoje, do que vi-re-vi, na calma de um quase-britânico, eu sempre soube que era assim, diferente. E hoje o dia ficou tão calmo e limpinho, boy. "E ninguém dirá que é tarde demais; que é tão diferente assim..."

E sobre o que não vir, o que escolher se volatilizar, a gente nunca pode mesmo com o que vai dentro dos outros. Se eles se vão, eu continuo meu passo.

terça-feira, novembro 23, 2010

entre propósito e intenção há uma grande distância:

"quem diria que viver ia dar nisso?"
Parecia só um seguir calmo. Aí vieram os contratempos, aí vieram as novidades, os inesperados, as descobertas e resoluções - porque todo retorno leve, toda retomada breve me soa uma resolução de pendências. O engraçado é que agora "estou tão tranquilo e tão contente", sem esperar algo, mas com todas as janelas e portas abertas para acolher as surpresas. Ou o que me surpreenderia mais ainda: a constância.

domingo, novembro 21, 2010

sabia quais palavras

a gente nunca diz porque não as encontra exatamente? São aquelas do despertar, do dia de manhã, ou do dia-depois, do abraço calmo e do olhar. E depois tanta coisa se fez pensar, uns porquês, natureza - sabe quando se atinge um ponto da vida a partir do qual não há volta? Nem sei, nem há música, nem frase do Caio F. pra hoje. Ver a vida se realizando é coisa intraduzível em nossa pequena língua, para nossos pequenos-grandes corações.

sexta-feira, novembro 19, 2010

um trecho sem nada meu:

"Acho que esta é minha última tentativa. Gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você sem pausas. Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia. Da maior importância, meu bem. That’s it! Esteja bem. Queira estar bem. Como se fosse verdade. Se tiver que ser, vai ser."

mas que me exprime pra valer. Hoje, hoje.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Mr. Hyde mode on

engraçado rever Dance of Days. Dança dos dias, mais irônico ainda. Mas eu sei - porque a gente sempre sabe - eu sei o peso desses mesmos dias, no começo de meus 21 anos. E hoje é aniversário de minha mãe.
Fiquei pensando nisso ontem o dia inteiro, faz tempo que ando tão perdido, e ela é sempre um referencial que tinha tudo pra estar perdida também. Ah, sei lá, ultimamente nada tem sido muito fácil de se falar se não as frases diretas. E já é suficiente, não?
Um dia tão cansativo como esse merecia um fim mais bonitinho, pensei...Mas estamos aprendendo a lidar com a dança dos dias.

quarta-feira, novembro 17, 2010

o tempo

que nós temos - suficiente? exato quando bem empregado? Sei lá, só sei do tempo depois que cliquei sem querer no botão errado e lá se foi meu texto inteiro embora, tão bonitinho, tão influenciado pelos últimos acontecimentos, últimos Caio F. Acho que percebo o tempo assim: depois que a festa acaba e vem o dia, e lembro da música que arrepiou. Mas aquelas pessoas todas, não estão comigo no fundo, elas e eu, todos sem parada. Percebo o tempo quando vejo longe pessoas que me são tão caras, e por perto as que já não mais o são - e o que se dirá, senão que as coisas são mesmo assim, e que depois de uma fisgada a dor passa, mas a explicação fisiológica diz que o cérebro guarda o que doeu como mecanismo de defesa. Tão belo: a razão sobrepondo-se às emoções; tão injusto com quem nos faz bem. E ficou tudo por aí.
Percebo o tempo quando percebo que posso dizer as palavras que no fundo gostaria de ouvir, e que não me custariam nada dizer, no fundo, no fundo. Essa "maneira torcida não se tratava de estilo, mas uma profunda dificuldade de expressão" pode aos poucos ser mudada, a cada riso pelas pequenas bobagens que despertam o horário do almoço, com gosto de expectativa, e como sempre Caio F torna claro um monte de coisas que eu tava pensando e sentindo.
Mas pôxa, o tributo é ficar então nessa corda bamba, ora-besta-ora-brava-ora-boba. Vai, porque escrever é coisa que me acalma como nada neste mundo.

sexta-feira, novembro 12, 2010

um nada branco,

calmo, meio vazio, bem quieto - ou com sons de domingo de manhã? Ou com sons que se ouve à noite, quando se desperta na madrugada de terça-feira, na hora em que os carros dormem e os homens sonham sonhos dos quais não se lembrarão...Hoje acordei e não tinha luz, lembrei que precisei fechar a janela pra dormir. Saí cedo, mastigando a maçã quase congelada, e no elevador as conversas triviais eram agradáveis, e no ônibus as pessoas eram simpáticas, e nas lojas os produtos eram bonitinhos, tudo tão meigo, tão friozinho, tão véspera-de-aniversário. Mas eu nunca gostei muito de aniversários, sempre são dias que me deixam encabulada - porque algumas pessoas lembram, porque algumas pessoas não lembram, sabe, mas não é pra ser assim, uma lembrança é coisa que vem espontaneamente. Mas isso tudo é bobagem, conclui enquanto queimava a língua no matemaltine. E olhei de leve pro céu meio nublado, pensei em tanta coisa, em tanta gente, acho que só um agradecimento interior é que exprime o que senti.
Sigo acreditando nas boas intenções, aprendendo a expressar sentimentos, cultivando aos poucos uns jardins que me fazem sorrir e me surpreender, até comigo mesmo. [Last Niiiiight, canta Strokes] Então é isso, penso? Simples assim, calma, paz, gostar - de quê? Tudo tem um objeto, mas às vezes o gostar tem como objeto tudo, porque é de dentro pra fora. Há algumas preferências, eu sei - uns gostos específicos, cheiro, tato, essas coisas. Sei não, acho tão difícil falar. Sabe, nem acho direito alguém que possa falar por mim - nem o Caio Fernando Abreu, nem as musiquinhas de sempre, porque é tudo tão distante...Enquanto a dor nas costas me mata, eu sei o quanto há a fazer, porque a vida não pára...mas quero uns instantes assim, em silêncio bonito, pra admirar e contemplar as pequenas coisas, pequenas frases, pequenos gestos, que me deixam sem palavras. esse é meu jeito de estar feliz.

quinta-feira, novembro 11, 2010

a vida é aqui dentro,

antes de tudo, primeiro de tudo. Antes do julgamento pelas frases que a gente não gosta de ler, pela dúvida entre acreditar ou não no que parece, mas pode não ser...

Vamos arrumar a casa por dentro. O resto vem depois: as músicas, o sentido, o que tiver de ser.

terça-feira, novembro 09, 2010

sem beleza ou novidade alguma,

só com a verdade mais pura e doída na escrita. Anotei as primeiras linhas que vieram à cabeça e pus-me a ler novamente, sobre-alerta o tempo todo, mantido no café, molhando o rosto pra não adormecer no meio da tarde, um algo mais pra despertar, lendo contos do Caio Fernando Abreu até voltar pro Hegel, faculdade, biblioteca - e vazio, espera.
Pausa. Sem o barulho esperado.
Vontade de ir lá, mas sem saber onde é esse "lá". Mentira tudo isso.
Mentira que queria ir ao encontro, pois remoía tudo aquilo que não conseguia entender. O texto calculado da mensagem, pra quê?
Mentira que haveria outras. Pois sequer havia Uma, e se houvesse, não era ela.
Tudo fere, mas alguns são felizes, outros o serão potencialmente. Porquê não? Besteira qualquer, vontade de voltar no tempo. Até nos gestos mais simples se equivoca: pra quê tudo isso?
Muitas perguntas, nem me importo mais de dizer: um pouco do que sinto, e o quanto não sei. Porque tudo vai passar, vai passar.

domingo, novembro 07, 2010

buscando um equilíbrio,

bastante forte pra sair das situações em que entrei, mas fraco o bastante por ter entrado, é mais ou menos assim que Caio Fernando Abreu diz. E comenta também que depois de tanto viajar sem parada, a gente se sente meio estrangeiro em todos os lugares - será que não há um Porto?
Meu porto hoje foram suas frases - cheias de mim mesmo, como é possível? E quando ele diz que "tenho dias lindos, mesmo quietinhos", foi de uma ternura tão grande ler isso, como se alguém me visse de dentro e codificasse algumas sensações.

"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir o nãos que a vida te enfia goela abaixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar café e continuar."

"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas."

Sinto muitas coisas, com intensidades marcantes, nos mais altos tons, - "I’ve gotta tell you in my loudest tones". Expectativas, raivas, gostares, mas tudo isso meio que ficou pela metade, porque as expectativas se quebraram, as raivas estou tentando curar, os gostares se perderam quase, estão por um fio: 'tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação". Nada mais está inteiro, mas hoje quando acordei e andava pelas ruas calmas, era tão de manhã e nem café eu tinha, só tinha tido um sonho bem estranho que me indicou um caminho, uma saída, espero que não seja apenas uma fuga fácil, mas algo concreto. Me canso das superficialidades, odeio joguinhos de espera, de quem aguenta mais: quero resolver tudo o que for possível, se não a vida não caminha. Quanto é que custa ser sincero? Se dói, ao menos passa, e ponto.

Quero só um blues, melódico ou não. Willie Dixon, chocolate, café. E não consigo dizer mais nada.

sábado, novembro 06, 2010

depois que as coisas acontecem,

como é que a gente se sente?
Por pior que seja, é sempre uma sensação de "passou". Depois do pior, não há o que vir, e a gente se sente numa paz estranha, numa garantia de que o gosto ruim na garganta vai passar. Quase uma espécie de libertação...soltar as amarras, deixar ver o que vier. Me olhei no espelho e estava tudo bem, inteiro: e é o que basta para seguir em frente, ou mesmo pra recomeçar.

quinta-feira, novembro 04, 2010

silêncio é beleza;

a beleza da espera, da dispersão, da atenção a outras coisas. O mundo é grande, no fim das contas, mesmo que a gente o tente reduzir ao mero espaço de...nós mesmos, de nosso conhecimento, do nosso alcance. Há sempre algo que nos escapa, eis a graça - bela, beleza.
Depois que se começa a andar, não se quer parar. Em cada passo é uma descoberta, um pouquinho de gosto de divisão entre o ir e o ficar, e nesse meio-termo é que surge o inesperado. E tão logo o inesperado vem, a gente se vê agindo de modo impensável, mas é bom mudar...
Muitas seriam as músicas. Já cantei a saudade - "When the truth is, I miss you"...mas a canção de hoje seria maior, com um quê de coisa que não se explica, mas só se sente.
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