quarta-feira, setembro 30, 2009

A vida é breve, a alma é vasta.

Barba mal-feita, os sulcos da bochecha são salientes. Será que é cigarro? Surgiu no corredor, veio vindo, parou para olhar algo...não sei o quê, mas foi a mesma coisa que fui olhar quando do segundo encontro inesperado. Nada sei sobre, além do que está explícito, tão explícito. Ai, mas bate a curiosidade, e isso é o inferno então; pensamentos surgem. O rosto sério volta à mente, as palavras ditas com lucidez e segurança, incompreensivelmente cognoscíveis...profundamente os olhos chegam, mas eu não consigo manter a fixação no horizonte; tremo e disfarço...enquanto penso, e não concluo, apenas conjecturo. Mas hoje, quando do nada apareceu a figura que mal reconheci, diferente do de sempre, pensei que fosse mais que coincidência, uma estranha harmonia de sentidos; pareceu por um instante uma convergência de pensamentos, como se ambos encontrassem o que inconscientemente procuravam.

terça-feira, setembro 29, 2009

de repente bate

uma saudade, ao molde daquelas de novelas e canções, de despedaçar pensamentos e deixar raciocínios soltos na noite; por tudo, pelo que foi e pelo que não foi. Vendo o passado, a insegurança é terrível....será que quem olhar pra trás realmente vira estátua de sal? Ora, que é de nós se não houver a iniciativa de rever os erros. Mas - me questiono - se houvesse um novo começo, agiria eu diferente?

Fecho os olhos....custa ou não custa pensar? O custo é a dor.
Rostos tão antigos, e calmos. Esforço intelectual, comunhão de interesses; quando o homem integra os interesses à vida, o amor próprio transforma-se em amor de si, já dizia Rousseau.

Infinito...paradoxo, longe, longe aqui do lado. Não entendo nada disso, ou tenho medo de entender? Já passou, já passou...quem sabe outro dia...

Sereníssima, ou, quem olhar pra trás vira estátua de sal? Ou sobre como condenar o arrependimento...

segunda-feira, setembro 28, 2009

Fora do controle

só no filme. Aqui, me perdi um pouco com os horários...esses dias que não têm 36 horas...
Mas as pessoas podem, às vezes, proporcionar tanta inspiração! Meu lado flâneur se aflora quando estou sozinha, ou fico sozinha para melhor desfrutá-lo? Não sei, mas pela avenida, à noite, eram rostos desconhecidos que sugeriam histórias, e em casa, na madrugada, era a invasão ao mundo alheio que sugeria estratégias. Antes disso, quem poderia imaginar?

Meus escritos andam me deixando a desejar...talvez seja hora de ver os de terceiros. Não sei se falta tempo, parece que as idéias travam. Trave, em espaço pra gol. Vai dando um sono, mas quero ler, e pensar, e comer algo doce, mas tudo para. Concluo - acho que por aqui está tudo fora do controle também.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Sobre espaços locais.

Aqui dentro, lá fora. Distância entre dois pontos que nada tem em comum, ou tudo? Espaço é também tempo.
No espaço de dois segundos, um espaço fica vazio, prestes a ser preenchido pela curiosidade, por pensamentos medrosos, pela imaginação...o que será disso tudo?
Estive tão cansado essas noites e esses dias, que eram um a continuidade do outro sem interrupção, sem calma, ou às vezes com calma demais. Olho para fora não para procurar algo, mas tentar me achar. No frio os dedos gelam, os músculos contraem, e em golas aparentes parece haver um pouco de calor, ou em listras da zebra...que também deixou um espaço vazio.
Talvez sejam uns dias de vazio também.

terça-feira, setembro 22, 2009

Porque toda a noite, a noite toda.

O que eu quero é não-dormir, nada como o silêncio pra poder pensar. Vejo o passado, ponho na mesa minhas cartas - vou escrever sobre liberdade. Teorizar apenas? Não, é preciso vivê-la.
Passe amanhã...toda dor passa. Passa aos olhos de outra dor; remédios são outra dor, outro encontro.
Am abend...ich sehe...aber habe ich Nichts machen.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Já passa das cem.

Já passa da uma, daqui há pouco são duas já. Ai, que cansaço, mas se deixar o sono derruba, por isso vai umas horas à toa aí?
Lá fora tem uma leve garoa; a gente nunca conhece as pessoas! A surpresa é boa e engrandece, mas até que ponto? De fato, quando se mudam as opiniões sobre terceiros, não é possível sair incólume.
A nada nos é possível sair incólume, acho que a verdade é esta. O tempo todo há modificações, e mudanças que pressupõe uma matéria anterior. Mas parece que nem lembro bem como eu era antes de tudo isso.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Por hoje [3]

E por ontem...tudo (quase!) está se repetindo! A mesma música que retorna à cabeça, as mesmas atitudes inexplicáveis, descobertas magníficas e ínfimas.
"E se eu for o primeiro a poder desistir do que for dar errado?".
Repetir-se-ão até à exaustão essas situações? Desespero, parece que nada tirei que possa me ajudar a não repetir os mesmos erros de novo, amanhã...Pôxa, pôxa.

Por hoje [2]

Já nem sei mais o que procuro.
A mesma velha história que se arrasta por quase mil anos...quem saberá resolver? Engraçado como as coisas acontecem meio que na contramão, e na compensação de um o outro se desequilibra.
Porque agora, depois de passado um breve tempo - algumas horas - acho sentido em tudo? Não haveria apenas necessidade nas ações, sem concurso da vontade? Como saber? Será...talvez?
O céu não responderá, não dará o sentido, o melhor modo; o caminho das pedras ninguém ensina. Encaminhar-se para lá, no momento do meu movimento, era puro acaso ou fruto de uma vontade?
Um cansaço impede de pensar às claras, mas novamente a escuridão pode abafar por um breve tempo a ausência igualmente breve. Afinal, quem determina o valor temporal senão o próprio sujeito, em suas ações cotidianas - Ai, escrever não tem rendido ultimamente, parece que esqueço um pouco o projeto inicial. São grandes as dificuldades de concentração, de verdade. O sono bate e foge.

Por hoje

O que temos? Amora no pé, um silêncio um pouco vago, sorrisos inexplicáveis, encontros inesperados ao pé de livros. Prestes a sair, caí de encontro com a escuridão, mas nela não me perdi, uma vez que me deu novos rumos. Mas é difícil abandonar os antigos, bem sei, ainda mais quando eles se nos oferecem tão desinteressadamente.
Parece sem nexo, mas o dia foi bom. Acho que quando Hegel concebe um ideal de Liberdade cujo paradigma é a Grécia, trata-se da Liberdade executada, ativa, efetivada. E pesquisá-lo, então, torna-se mais que teorizar sobre a Liberdade; é preciso, pois, vivê-la, com o vento no rosto, sem medo do ruído das teclas - não há porque temer gritar ao mundo. E sem poeminha, porque hoje minha inspiração é mais bruta, resolvendo na força os problemas. Só na vergonha surgiu um pouco de delicadeza...

quinta-feira, setembro 10, 2009

Deixa passar

deixa o dia clarear;
daqui a pouco vejo o sol nascer
da janela,
surgir por entre os prédios numa manhã
clara e amarela.
Quanta coisa mudou; escrevo e apago, pensando se não seria melhor deixar, para comparar com o amanhã. É que, também, amanhã já se tornou hoje.
Podemos nos modificar até quando? Até perder o tom da pele, esquecer o som da voz, não resgatar da memória o rosto. Mas e a lembrança, e a torcida, como fica? Não passam, estas. É bom saber que, mesmo sem o desejar conscientemente, as coisas se encaminham. E sentimos orgulho pelas conquistas alheias, é fato.
E não me diga isso, não reclame do que não me cabe. Tenho meu egoísmo.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Como é a curiosidade que te move?

A minha faz coisas inacreditáveis...E mais inacreditável ainda é o efeito do inesperado; traz a distração que faz sujar os sapatos na terra molhada. É preciso, pois, lavar a alma, não do pecado, mas de toda...preocupação.
De onde vem a calma, já dizia a música? Barulhos por todos os lados, por dentro, carne mal-passada.
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil
[...]
Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim.

domingo, setembro 06, 2009

Para não transformar refúgios em canções.

Sentimentos em tristeza não-reconhecida; há aquilo que escorre pelas mãos, já dizia a música. Nada como certas palavras; e quero acreditar que a maior parte das coisas com as quais me preocupo agora já não terão tanta importância daqui um tempo - não vale a pena. Não vale a pena, Maria Rita cantava.
Como um verão, fez calor hoje...no ônibus eu sentia um gosto de café amanhecido.
Pela janela do quarto, pela janela do carro...eu vejo tudo enquadrado...remoto controle.
Tempo!

terça-feira, setembro 01, 2009

"Que é uma pena

[...] Não vale uma fisgada dessa dor."