sexta-feira, agosto 24, 2012

Don't stop me now

Lá vou eu com minhas coincidências de novo. E nem é por querer - eu já estava tranquila e tinha superado o primeiro momento do desencantar e do descobrir que nem tudo que se toca faz tremer, mas aí você estava dançando ali parado, tão destacado do resto do mundo, que sem perceber me vi fazendo confissões absurdamente infantis - idade mental 5 - sobre seus cabelos, conjecturas sobre a música que viria a seguir, sobre o fato de a gente não ter se visto antes. Pois é. Quando eu confessei que achava a cor dos seus cabelos em conjunto com o brinco que você achou na mata e com o qual, após desinfectar, furou sua própria orelha, atraente; quando fui ao banheiro e ouvi ao fundo que você acertou não a música, mas a banda que tocaria em seguida; quando criamos um vínculo tão leve a partir de nossas formações e, principalmente, quando percebi que poderia conversar com você sem precisar ser algo além do que sou e que você não precisaria se apaixonar ou se oferecer pra dormir aqui em casa - que estava um caos - apesar do frio, quando você não precisou forçar a barra e parecia um pouco tímido ao sorrir, quando eu me senti à vontade para te elogiar francamente...ora, quando eu tomei consciência de tudo isso, percebi - preciso parar com essa mania de escrever um texto a cada vez que conheça um cara interessante. 
Só seria mais fácil se você não fosse tão espirituoso. 

sexta-feira, agosto 17, 2012

Heart of Gold

Me pergunto o que fiz todo este tempo antes de me apaixonar por Neil Young e suas canções. 


De tudo que tange ao retorno, o mais difícil foi passar sozinha por aqueles lugares nos dias banais: terça-feira, voltando de compromisso, avisto a porta onde nos beijamos a primeira vez. Não fossem as mudanças e o acompanhamento - de longe até - das consequências, talvez tivesse tudo isso caducado no primeiro fim de semana juntos. Me lembro vagamente de sua voz e do jeito de levar às mãos à nuca, espreguiçando-se, conforme vi na foto recente. Rodar o mundo diminuiu a saudade, mas não apagou o que aconteceu: eu mudei, você mudou, vejo que meus amigos também mudaram e estão felizes; estamos todos felizes, mas será que não dá pra pular essa parte de sentir um vazio quando penso em você?

Lavei as roupas de cama e a toalha verde. Levei um tempo até pra usar as roupas daquele dia, como se ainda guardassem algo do contato. Eu sei, eu sei: há milhares de mundos lá fora esperando para serem descobertos, mas a força do que poderia ter sido e não foi ainda me persegue. 
A gente podia ter ficado juntos - você me disse. Teria você então o mesmo desinteresse por mim como tem agora, sem perguntas, sem vontade de saber?
Eu sigo experimentando um mundo belo sem a sua contribuição. Mas confesso: eu não consigo terminar meus textos direito, esperando que surja uma notícia, uma mensagem sua, que você apareça por aqui.