quarta-feira, julho 29, 2015

Dar conta

Estou pensando no futuro mas tentando não fazer deste momento e de suas decisões algo tão definitivo. Estou tentando amarrar os pontos; estou tentando arriscar mas ao mesmo tempo ser realista, estou tentando valorizar minhas forças enquanto melhoro minhas fraquezas. Estou tentando dar conta, estou tentando separar aquilo que sou eu, meus desejos, minhas expectativas e minhas vontades do que são as tendências, a vibe dos amigos, o caminho "natural" e muito fácil para alguns. Estou consciente, mais do que nunca, de quanta sorte tenho por estar rodeada de pessoas que me apoiam, mas preciso me tornar mais consciente de mim, do meu interior, de minha extensão na escrita, na fala, no gesto. Que sou eu. Que sou eu?

domingo, julho 26, 2015

Soterramento da apo(r)ética

Me sinto por vezes apoética, eu, que nada entendo das artes, pouco sei de literatura, que não conheço música clássica. Veja bem, minha força é mais bruta - eu vejo a beleza, mas me questiono sobre minha capacidade de criá-la, conceituá-la. Questiono se o social não me fala mais alto, se o bruto da filosofia, o nuclear, não é um chamado mais forte. Sei que é um mesmo espiritual que se desdobra em várias formas, mas não me seriam algumas delas mais presentes que as outras?
Me sinto também por vezes aporética e na minha negação dos limites, escorregava das definições - necessárias, como ao começar e terminar um trabalho de fôlego. Aos poucos me localizo melhor. Tenho ideias, arrisco suposições. Avanço em passos tímidos num projeto grandioso e em mim mesma, e com isso supero as aporias.

domingo, julho 19, 2015

Faça boa arte

"A maioria de nós só descobre nossas próprias vozes depois de termos soado como um monte de outras pessoas. Mas uma coisa que você tem que ninguém mais tem é você. Sua voz, sua mente, sua estória, sua visão. Então escreva e desenhe e construa e toque e dance e viva como só você pode viver".

quinta-feira, julho 09, 2015

Velha infância

Já nos conhecemos de outra vida - sim, pois três anos atrás era outra a vida. Eu era outra pessoa, você conheceu minha outra casa, me conheceu num momento tão diferente e parece que você mudou também. Mas sua simplicidade ainda me surpreende, me tira dos ambientes de gente intelectual, pedante, falando difícil mas empregando palavras erradas. Sua coragem e desprendimento de falar claramente sobre o que não sabe, assumindo que não sabe, me deixa à vontade. Fizemos tudo naturalmente, falamos espontaneamente 

- e nos (re)encontramos sem querer ou por muito querer? 

Mas ainda é um desafio lidar com um jeito tão diferente, com sua brisa crônica, e saber ter paciência com outro momento da vida, outra dimensão de compreensão das coisas. Seu olhar sobre o mundo tem um quê de pueril que eu não cultivo há tanto tempo; você é uma espécie de alma livre voando pelo mundo sem saber ainda onde pousar.

sexta-feira, julho 03, 2015

Carinho

No som há uma narrativa; nela um desejo, um carinho. Lembro de você em diversos momentos, travamos intensos diálogos mentais nos quais conto bobagens e ao mesmo tempo tomo consciência do complexo em mim simulando estes segredos compartilhados.
Belezas são coisas acesas por dentro.
Gal cantando Mautner me explicou o que me atraiu. Mas eu ainda completaria: belezas são coisas em você que me acendem por dentro. Me molham, me perturbam, me fazem lembrar de você em textos por aí, ter impulsos de te escrever dizendo "lê isso aqui, é bonitinho". Me fazem gozar de cada meia hora, hora e meia perto um do outro. 
E que são essas coisas senão o pedaço de pele clara do pulso aparecendo pelo botão aberto da camisa, o cinto ajustado, pequenas ondas douradas do cabelo, a sobrancelha levemente arqueada, seu sorriso fácil...