quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Pense bem, ou não pense assim.

acordei desnorteada, sem saber que horas eram; não houve sol pra me despertar com o calor. As pernas doíam, e na cabeça as penas das lembranças; e o mais engraçado, a sensação de que no fim sempre vale a pena.
Quanta coisa fica depois que tudo acaba...penso eu, então: no fundo, nunca acaba.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

intrigas (no bom sentido)

isto é, sobre aquilo que é intrigante. Talvez a palavra não seja boa, mas é o que me vem à mente agora.
Pois eu penso - pense bem - nas várias implicações do contato, em tudo aquilo que é compulsório aos pequenos gestos. É que é muita coisa, e muita coisa leva a muitas outras coisas, num fluxo tão maluco que ninguém é capaz de parar. Parece nada, mas por dentro é turbilhão.
No meio disto tudo, todavia, há umas recordações que estes lugares e suas falas me trazem; uns tempos antigos, de menos preocupações. Com efeito, a responsabilidade sobre o próprio destino em nossas ações e omissões se faz sentir mais forte agora.
Mas nada como a sensação de sempre poder recomeçar...

sábado, fevereiro 20, 2010

Aprender uma porção de coisas

comendo aos bocados, percebendo um bocado de coisas. Carece de ficar um pouco no repouso, em silêncio, já que depois vem a tempestade. Por ora, há o despertar das sensações meramente visuais, mas que remetem a tantas outras, a lembranças e um tato tão adormecido. Engraçado é, mas viver é muito perigoso, como se diz.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

vai viver seus dias

ou o que você esperava? As pessoas estão na vida, aqui, todos, e cada um ao seu modo.
Mas como pode, eu penso, pouco tempo e muito pensamento? Eu vou olhando, e não devia, talvez, mas isso alimenta alguma coisa aqui dentro, uma vontade de saber. No fundo, contento-me: se está tudo bem, porque não ficaríamos bem?
[...]
Mas aos poucos, olhando, vê-se como as coisas não são como achara ser. As cores estão diferentes, e é sempre uma busca por algo novo que não se sustenta. E se não for, e se o sorriso não for de dentro, e se a casa na sacola for tão quadrada, tão planejada e esperada...aí eu passo daquela sensação original a outra, mais fraca, baixa, é uma pena. É uma pena, mas não vale a pena.
Pare, pare, pare, pare. Semelhantemente são, não em traços, mas nos passos. Pensando bem, agora sei que vai parar.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

primeiro andar

eu preciso andar, um caminho só.
Diz-se que Camelo (ou seria Amarante?) se inspirou no Cartola pra falar sobre a necessidade de andar. Sei lá, penso eu; antes de conhecer Cartola e tudo isso já sentia também essa precisão de andar, meio sem rumo ou norte.
é bom ver que as coisas vão bem, é bom. E saber que elas se ajeitam quando mais torcíamos é melhor ainda. Alto aqui, dos meus pensamentos, e ouvindo essas músicas, me dá aquela vontade de tomar um bom café, forte e forte e forte, sentir o cheiro na xícara e no nariz, e no hálito.
Tenho sonhos, e tenho tido sonhos. Alguns se realizam, e fazem bem.
e é tão ruim perder algo que se vai a construir por um bom tempo, uma perda sem o menor aviso.
essas coisas põem a vida do avesso; eu escrevendo aqui, cansada, e parece tudo fora dos quadros, as frases não se encaixam, como se nada fosse pra ser assim, mas é, exatamente desse jeito, mesmo que não se entenda. Há vezes em que os dias não têm poesia alguma, nem muito brilho, só a secura da rotina, e da rotina de tentar fugir da rotina.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

achei um 3x4 teu e não quis acreditar.

A trilha sonora destes dias é meio veloz, o hoje que é já amanhã e as conversas que se alongam, e estendem noite afora. As noites voam em esquinas e danças e bancos e beiras de esquinas; são impulsos para um bom começo. Para além disto, porém, acho que ando meio desorientada; preciso de uma bússola para dar norte até para os sonhos, que teimam em apontar para o absurdo.
Quer dizer, parece absurdo, mas quem vai saber do que ainda não aconteceu?
O Mundo começa agora, apenas começamos.
Eu gosto desses bons presságios, dessa sensação de que algo bom é vindouro. Eu gosto de ter esperança, mesmo na insegurança.
Eternas ligações inesperadas; tudo isso parece sem nexo, e no fundo está em comunhão. Fico espantada; precisaria de palavras que não existem, ou que ainda não inventei.

sábado, fevereiro 06, 2010

Erlebnis

-pára com isso.
-eu sei, já é tarde, mas é como se não desse pra interromper o fluxo!
-mas todas essas coisas passaram, de que adianta...?
-remoer, você ia dizer?
-pensar nisso tudo agora.
-É que de repente tudo pode fazer sentido, não nestas coisas jogadas pelo quarto, mas no pensamento sobre o passado. Mas não posso pensar nisso que penso, senão perco a sensível atenção aos detalhes.
-Talvez tenha um porquê suficiente, mas há que saber que esse tempo pra resolver o que já foi é tempo perdido. Talvez haja semelhanças que não se apagaram, mas que mais prendam que impulsionem.
[...]
-Talvez seja hora de dormir. Tudo saiu fora do ar, e pediu um novo olhar.
-Justo agora...

o velho e o novo

nas linhas, nas fotos antigas que por acaso achei, e pensando naquilo tudo que passou é que eu me vi, enfim. Já faz tanto tempo, tanto tempo, e tanta chuva e tanta música, e mudanças e não-mudanças, que é impossível permanecer ileso ao tempo. Até acho que aprendi um pouco, mas há outras coisas que não se perde. a gente aprende a se conhecer.
É algo que nunca vou saber explicar ao certo, mas que anda nas bocas de todo mundo, a saber, que nunca se sabe onde as coisas vão dar quando de um começo. Naquela época, com efeito, era tudo ali e ponto, e nunca imaginei que fosse chegar a outro ponto - esse ponto. Mas aquelas vozes todas, e as músicas não foram soterradas, sempre há algo a remexer essas lembranças. Erlebnis - experiência vivida.

passo, um pouco, flechas vermelhas

rapidamente as coisas acabam. E saudades, e planos também, porque presente é sempre um passado que já foi futuro. Presente não existe.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

um milhão de pequenas coisas

e pequenas preocupações. Aos poucos, porém, elas se resolvem por si mesmas.
Sabe que pensando em tudo isso me veio a mente, agora sim, quais são as perspectivas pra esse ano, pois quando vi que seria mais um "vale a pena ver de novo", decidi que não valia a pena.
Enquanto isso, o som de um acordeão incentivava a leveza e a pasmaceira.
Pode ser da vida se acostumar, mas penso se o caso é de o tempo passar. E se com o passar do tempo, só se afunde ainda mais o barco, até que não possamos mais o ver? São tantas as coisas que o tempo soterra, e só traz à tona quando não deve.
No reflexo do vidro talvez houvesse alguns sinais, ou talvez as costas viradas fossem o maior sinal; logo de cara, anunciação de mais um ano, de mais tempo, que no fundo é menos tempo. Depende do lado pelo qual se olha, mas eu nunca sei estar do outro lado.