segunda-feira, outubro 25, 2010

"vou lá, andar;

que andar é reconhecer, olhar...
Eu preciso andar, um caminho só...vou buscar alguém, que eu nem sei quem sou.

Eu escrevo e te conto o que eu vi, e me mostro de lá pra você...guarde um sonho bom pra mim"

Los é a trilha da trilha. Viajando um pouco desde já, mas lá é que a estrada começa, e eu começo também: a descobrir uma porção de coisas, dentre as quais me acho, me perco, desdobrando em múltiplos.

sábado, outubro 23, 2010

eu tô tentando

aprender a lidar com um bocado de coisas, enquanto me divirto com as surpresas. E gosto das frases sem pretensão, e gosto do que me faz bem. Vontade autônoma é vontade livre para ir ou ficar, descobrir outros pontos. E é uma calma tão boa que nem dá pra contar; vou percebendo o quanto tenho dificuldade pra externar o que penso e as sensações, essas coisas. Gestos simples e sinceros me ganham ultimamente - eu não quero um futuro ou algo que o valha. O presente é que me presenteia.
Retorno, algumas repetições, algumas introduções de novos elementos, como quem planta em certos aspectos sem se importar com o que vai nascer, porque planta de boa-fé.
"O presente é que me presenteia; não quero ainda saber do futuro".

quinta-feira, outubro 21, 2010

Depuração.

Como na filosofia kantiana, a vida vai se depurando. Fico feliz porque consegui resolver muitas coisas hoje; por outro lado, outras se resolveram por mim. Aprendi um bocado, parece, mas às custas de que é outra história. E nem sei, nem sei quais palavras exprimem, nem sei o que causou; fui duma compaixão espontânea à constatação de que há uma passagem da psicologia racional/doutrina da alma, que põe o sujeito pensante no centro, para uma cosmologia, isto é, uma modificação que põe o mundo no centro. E o mundo, em suas cervejinhas com linguiçinha, em suas pequenas alegrias, pequenos sustos, grandes supresas.

"Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido"

"Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo"

Eu começo um novo rumo por onde a estrada vai, sereníssima. Coisas, elas passam. O que fica sou eu, eu comigo, por isso prezo um egoísmo não em sentido negativo; é só que depois de um tempo a gente descobre o que é que realmente importa. Se perdi algo, não sei; nada é meu, a não ser umas saudades. Recebi um email providencial, uma espécie de acaso que veio me dizer o que qualquer um dirá.

"Sabe o que é filósofo, Visconde?"

terça-feira, outubro 19, 2010

'Sabe o que é filósofo, Visconde?

É um bicho sujinho, caspento, que diz coisas elevadas que os outros julgam que entendem e ficam de olho parado, pensando, pensando".
[...]
"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu".
O Visconde ficou novamente pensativo, de olhos no teto.
Emília riu-se: - Está vendo como é filosófica a minha idéia?

Pensamento é o essencial.

segunda-feira, outubro 18, 2010

não dava pra não ver;

mas alguma coisa aconteceu. Quando alguém se sente ferido a ponto de tornar isso tão externo, é porque algo machucou muito. Vi aquelas palavras, foi difícil não pensar - ou não pesar - nas atitudes que engendram mágoas: de onde vêm, e se alguém as quer de volta. Surge a releitura do agir de acordo com que tua máxima possa ser tornada legislação universal, ou seja, do respeito ao dever. Pôxa vida, por mais bobo que pareça, e por mais que as causas da mágoa possam não ser nada do que se imagina, uma duvidazinha não vai embora...E se....Eu tenho medo, porque no fim das contas nem vale a pena. Calma, peço calma.

sábado, outubro 16, 2010

a escrita nunca é estanque;

porque quem pensa não fica no mesmo, o pensamento corre. Escrevo, leio, reescrevo, e no meio disso outros pontos me interpelam: situações que não são finitas mesmo quando a gente pensa que acabou. A repercussão não deixa os fatos morrerem, descansarem em paz, e causa graça, porque a vida é movimento. Talvez seja melhor assim: fato morto é só lembrança, e sobre o que está vivo, há possibilidade de modificar, moldar ao próprio gosto. Eu sei que talvez fosse necessário um pouco de paz e silêncio, mas se a calma interna é suficiente, a concentração me puxa de volta do mundo empírico e me põe numa esfera só minha pra escrever, pra ficar comigo.
Penso brevemente: há outros fatos a serem reavivados, talvez. E talvez sejam os que eu mais aguardo. Percebe a indecisão pairando - nas palavras, declarações, nos pensamentos? Quem me navega é o mar.

quinta-feira, outubro 14, 2010

O mundo é do tamanho da disposição,

do tamanho dos sorrisos que a gente consegue distribuir sem nem esperar algo em troca - distribuir apenas pelo prazer individual. É do tamanho das boas energias que a gente transmite, do tamanho das coisas boas que a gente deseja. É do tamanho das coisas simples, não duma felicidade de fora, mas da que brota da nossa própria satisfação: com uma noite de sono, com uma aula bacana, com novas palavras, novo olhar.

quarta-feira, outubro 06, 2010

o cuidado da palavra

é saber que ela transmite algo, vai além de si mesma. Quero dizer: o que se diz nem sempre é o que os outros ouvem, ou entendem. A sensação de estar no meio de uma configuração planejada, uma esfera pré-concebida exatamente com o intuito de envolver é tão engraçada! Dá um gostinho de importância, que logo é levado ao chão pela mediocridade desse sentimento - que importa o tamanho de uma importância, se é que ? Justificaria isto atitudes que escondem propósitos? Propósitos que nem sempre se efetivam, e tem-se mudanças de intenções no tempo de uma fala, do primeiro pensamento, do primeiro "porquê". Quanta bobagem: era mais fácil dizer o que se tem a dizer, esses jogos sempre me cansam. Nada neste mundo é prêmio que valha o trabalho da manipulação.

Meu vício agora, é o passar do tempo. É o vento, movimento, é voar. É a beleza que não se acha nas frases-feitas, lugares comuns que dão um prazer fugidio. Pro inferno com as perfeições, belezas prontas: eu acredito no que é verdadeiro, no que quando quebrado, machuca, e se cortar, sangra. O real não é a perfeição: é a aproximação desta.

terça-feira, outubro 05, 2010

olhar dúbio,

mas de que adianta palavras bonitas pra expressar uma raivinha incontida? Raiva pelo que pode ter sido, mas que nunca se saberá...os espaços de tempo são tão curtos, que a dúvida é a última coisa que auxilia. Deixar passar, abrir portas para um tempo que soterre o passado...

"já senti saudades; já fiz muita coisa errada. Já dormi na rua, já pedi ajuda....
Mas lendo atingi o bom-senso"

domingo, outubro 03, 2010

o seu caso é o tempo passar.

Depois de tanto tempo, ouvindo Los Hermanos...Decisões, transgressões, distrações. Passos dados sob pés vacilantes, descobrindo o quão firme se pode tocar o chão sem afundar, enterrar pernas, tronco, braços, cabeça. Muitas decisões configuram uma transgressão ao próprio destino, que não raro dizia algo outro, apontava para algo outro. Mas as vontades estão aí, só precisam ser reconciliadas com a razão novamente. Unidade originária, mas uma paz tão calma povoa a mente.

sexta-feira, outubro 01, 2010

entre estratégias.

Passei o dia pensando menos no que fazer, mas em quando fazer ou como fazer. O tempo é um negócio engraçado, parece longo, parece controlado, e de repente um período inteiro - manhã, tarde, noite - se foi. Mas as aulas foram boas, e a correria corrida tão boa também, com os músculos latejando no compasso da respiração...Vou lendo Nenê Altro sobre o outro lado do cão, mas não consigo lembrar da fonte duma citação que me veio à mente agora, Fight Club, talvez. Ou não.
E nessa brincadeira se foram minutos voados. Caramba, caramba. Minhas estratégias nunca dão certo, os horários fogem. E nada disso importa no fim do dia, quando a gente tem vontade de escrever, enfim...ao som de Muddy Waters, um cheiro de halls toma o quarto e meu café. Há lugar pra tudo neste mundo.