quinta-feira, dezembro 20, 2012

O mundo todo errado

ou sou eu?
Queria férias e livro do Neil Young, mas é preciso primeiro cortar do texto e da vida o que não cabe no limite atual dos projetos. 

Nunca acreditei muito em você, mas me senti envergonhada hoje ao notar certas evidências de que eu desconfiava das coisas erradas. Neste sentido, você não me enganou. 
Mas sejamos racionais: você nunca esteve muito aí. muito menos aqui. Só preciso de paciência pra esperar isso tudo passar. Até lá, viagem, música, amigos, família, Hegel ocupam meu tempo suficientemente.

sábado, dezembro 15, 2012

Super-homem, a canção,

ou 
a culpa é de quem? 

Eu não te quero, eu te quero mal.

Talvez seja o caso de sumir da minha vida, ou eu sumir da tua, porque ainda que não te veja, está presente. O homem mais sábio que conheço me alertou hoje: o que é pra ser, é no ciclo da natureza, acontece. Alertou, e no início senti que o resto se alterou, mas ao voltar e ver sua cara no porta-retrato eu me lembro que você está aí.
Eu sinto falta da selva de asfalto e suas possibilidades. 

sábado, dezembro 08, 2012

The Perks of Being a Wallflower

"We accept the love we think we deserve".
Entre tanta espera e erro e pergunta enfim encontro uma resposta, parece. A gente aceita o amor que pensa merecer, essa é a resposta pra tanto relacionamento infeliz, tanta gente legal que se envolve com pessoas babacas. E me questiono lucidamente: até que ponto não é este meu caso? Quer dizer, não sei exatamente se sou a pessoa certa ou a errada em questão, acho que nem é isto o que vem ao caso, mas sim o julgamento de si, a honestidade consigo mesmo sobre aquilo que pensamos merecer. Charlie sustentava, a seu modo, o mundo ao seu redor: as brigas, as infelicidades, as mortes, ou mesmo aquilo que era fruto de escolha. É mais ou menos como quando a pessoa escolhe não vir e não avisar, desmarcar, não responder, não se importar em magoar, quando a pessoa se esquece de coisas importantes, não nota os detalhes: é uma escolha, não pode ser tudo minha culpa, ainda que tenha que mudar tanta coisa em mim. Só não é justo querer segurar a barra sozinha. Cansaço e preguiça emocional de relações - de todo tipo - unilaterais.

Mas quando descobrimos qual é o problema, e talvez, uma possível solução, é quando nos sentimos infinitos. 

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Utilidade pública

Pessoas deveriam vir com certos avisos pregados, em letras garrafais, para economizar chatice. O meu seria, sem dúvida: não se atrase para encontrar comigo; nunca, em hipótese alguma, combine alguma coisa e não apareça, ou desmarque depois. A menos que queira que eu desenvolva a partir de então uma desconfiança crônica em relação a você, que me faça sempre pensar duas vezes: será que vai furar comigo de novo?
Porque caralhos me desconcentrar então? Eu estava feliz à tarde, estudando o Hegel, me apaixonando de novo pelo meu projeto, quando você me interrompe como quem quer nada. E não aparece. E eu não consigo me concentrar de novo, com o ouvido colado à porta. Eu tinha conseguido dar rumo à vida, seguindo o conselho em que eu realmente acredito, isto é, cuide de você e as coisas acontecem - ora, quando você faz algo produtivo, coisas realmente acontecem, mesmo que não sejam aquelas que você queria. Você está ativo. Mas a espera me transforma no passivo, ainda mais no momento em que não há o que fazer, a que recorrer. Toda vez que alguém atrasa ou não aparece, alguma coisa importante deixa de ser feita - aquela cerveja que eu ia tomar com outra pessoa mas não fui, porque fiquei te esperando...Desejo que essa cerveja pese na sua alma e que milhares de pessoas atrasem e não apareçam miilhares de vezes. E que eu esteja incluso nelas, pra tirar a desforra. 

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Se realmente fosse o fim do mundo:

E se o mundo acabasse logo agora que eu descobri ser mentira tanta coisa que ouvi sobre a Revolução Industrial e suas origens? E se o mundo acabasse logo agora que consegui ler e entender um pouco Marx, ainda que desse modo torto? E se o mundo acabasse antes de você fazer suas viagens e ficar um tempo fora? E se o mundo acabasse logo agora, com todos os trabalhos desesperadamente concluídos em poucos dias de leitura efetiva e escrita febril? Logo agora, que vou começar meu mestrado e tenho minha grana novamente? Logo agora, que resolvi tirar meu sabático emocional pra tratar ciúme-insegurança-imaturidade e afins? Logo agora, que tenho a percepção clara de que conheci pessoas tão legais mas eu tenho sido toda errada e to disposta de me acertar?

Para onde iriam as memórias? Para onde iriam os projetos e ideias? O que seria do meu corpo? E do Espírito Universal? Também as baratas morreriam? Água? Sol?

sábado, dezembro 01, 2012

Aconteceu

Aconteceu o momento em que o outro te compreende mal, em que as pessoas se desentendem, em que o cara babaca vai se achar a pessoa mais requisitada do mundo porque você cometeu o crime de fazer uma brincadeira. Não tenho mais fígado pra gente dissimulada, pra gente que não sabe se expressar, que não sabe o que quer, ainda que esse querer não seja - de modo algum, em hipótese alguma - um querer pra toda vida, um querer grande, qualquer bobagem dessas, nem precise ser. Prefiro que você fique com seus tropeços, o passo torto, eu não tenho saco, e me desculpe, eu volto a enjoar de você.

sexta-feira, novembro 30, 2012

Metrópole


"É sangue mesmo, não é mertiolate, e todos querem ver e comentar a novidade".
A banalização da vida no chão; misturando imagens narradas do acidente com aquilo tudo que o corpo pôs pra fora última noite. Sangue e vômito e fluidos, tudo isso nos pertence. O garoto pulou do quarto andar.
E a vida? Essa não se controla. Nós ficamos embasbacados sem saber explicar escolhas; nós, que não percebemos o outro e seu sofrimento.  
Tomar um café pra esquecer...

quarta-feira, novembro 21, 2012

Além de dois existem mais

Hoje amanheci - poeticamente falando - pensando "e-se-você-nunca-voltar", isto é, se nunca vier visitar como disse que faria, afinal, era logo ali; e se você nunca cumprir essas mentiras tolas que a gente diz quando não tem mais o que dizer e quer negar o próprio silêncio. Amanheci pensando nisso depois de ler que o desejo é sempre a essência do homem e de pensar o desejo nos seus mecanismos, na sua dissociação do prazer; depois de pensar, ao longo de alguns dias, o desejo nos limites da liberdade e da servidão, Masoch, essas coisas, reunindo material pra escrever, coisa que gosto, mas que me consome. 
Em outro ponto da vida, pode ser que esteja começando a acertar, a interpretar sinais e compreender falhas no campo do imediato, do que vai dar em nada, mas já é alguma coisa em relação às minhas próprias falhas. Vou naturalizando os contatos, as iniciativas; isto faz parte do projeto de esperar menos dos outros e envolve também dizer o que magoa - para quem magoa - e deixar ir, marcar outros almoços.

Mas pra falar sério, me convenço: a única grande coisa que eu queria agora era um talento, uma coisa assim bem Paulo Leminski, pra fazer poesia do que não desse certo.

terça-feira, novembro 13, 2012

Quase vinte e três

Abro uma escura e ouço uma música. Repenso. Estou feliz. 
Sim, estou. Para meu plano de ser feliz prosseguir, devo desligar o computador antes da meia-noite, ler algum livro bom, sonhar com gatinhos correndo felizes, acordar amanhã cedo para falar com a pessoa de quem mais sinto saudade no mundo, e depois...talvez ir ao cinema, talvez receber abraços e alguns desejos de felicidade. Relembrar o quanto tive sorte nos últimos tempos, quantas coisas bacanas aconteceram, quanta coisa impensável pude realizar, quantas pessoas legais conheci, se aproximaram, algumas não estão mais perto, outras entraram na vida irremediavelmente. Vou lembrar da primeira imagem que tive da Alemanha, num aeroporto gelado onde minha irmã me esperava com chocolate e carinho; ou da primeira e inesquecível imagem de Berlin, saltando num subsolo que escondia a maravilha de cidade. Ou a primeira imagem de Tübingen e o sentimento de que, no fim das contas, tinha vindo para o melhor lugar que poderia. Ou a primeira imagem de São Paulo, depois de 8 meses, olhando embasbacada pela janelinha do avião. Rever família, gato e cachorro; rever lugares, reaprender a ouvir o idioma.


domingo, novembro 04, 2012

Em paz

Enfim, paz. O barulho das ondas, a imensidão, a brisa, o cheiro de mar fica no corpo alguns dias ainda; enquanto durmo, sinto as ondas batendo nas pernas. Paradise. 
Consegui me concentrar para ler, depois de algum tempo tão distraída. Consegui separar a confusão da última festa com a necessidade de estar em silêncio para estudar. Lá ficaram as cenas: a conversa ao pé da árvore, seu jeito de mexer no cabelo, todo encurvado pra falar com a menina mais baixa. Logo ela...não entendo. Mas desisto. 
Está tudo bem, porém. Enquanto eu tomava meu café com uns amigos via outro me olhando, nada disfarçadamente, curioso com as novas companhias; eu me surpreendo com as coincidências. Na mesma cena um outro pára e me abraça; esbarro um terceiro retornando à aula. e, com um pouco de esforço, me aproximo no fim da festa - fazer bobagem é comigo mesmo. Mas eu me sinto bem quando ouço Warning Sign e vejo que muito do significado triste desta música foi superado. 
Da mesma forma, há muita coisa por aí que não entendo, mas ignoro, como aqueles que não te tratam bem mas se incomodam quando outro o faz. Pior que o incômodo, é a necessidade de tornar público. O silêncio deveria ser ensinado...

Mas logo chega o ventilador e a autobiografia do Neil Young. Logo acaba o semestre; logo viajo de novo. Logo cultivo mais saudade - e felicidade.

quarta-feira, outubro 31, 2012

Saudades

saudades das tuas ruas frias, dos prédios que me tiravam o fôlego, arquitetura imponente. Saudades do cheiro da casa onde morei - o cheiro do chá da amiga. Vivíamos num prédio um pouco velho, o elevador era quase homicida. Saudades da currywurst na Alexanderplatz, da Starbucks bonitinha do Hackescher Markt, do brechó na Frankfurter Alle, saudades do sentimento que tive enquanto comia minhas bolachas no trem na chegada, sem conseguir dormir de ansiedade. Daquele barzinho que dancei com uma amiga numa madrugada que nevava muito, do parque cheio de prédios abandonados, que jamais saberia encontrar de novo. Do karaokê, da biblioteca onde perdi umas poucas tardes usando a internet. Do cemitério onde encontrei o Hegel.
Meu coração se consome todo de saudade de uma cidade, de uma época. E percebo - não vejo a hora de voltar. Voltar a viajar.

segunda-feira, outubro 29, 2012

Tudo o que eu sinto

Eu me descobri tão sensível. Meu corpo responde a cada ato, planejado ou não; responde com violência, com cheiros, com dor, com vontade. Mas está vivo. I'm alive, é o que ele quer dizer; preste atenção, cuide de mim. Eu demoro a entender o recado, mas não ignoro - hora de tomar conta de mim.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Wild horses e um pudim

Não sei se é desesperança, desânimo, ou só paz - é alguma coisa que não me deixa perder tempo, vendo seu olhar parvo e a conversa mole. Sua beleza não me move mais, depois que eu tive uma iluminação tão grande de que, se é pra ser nada, que seja com alguém mais legal. Você é como um pudim de chocolate com o qual me empanturrei semana passada e agora quero provar outro sabor. Nada contra, você vai ficar na minha memória pra sempre como o pudim mais bonito e delicioso que já provei e nada vai se igualar, eu vou contar sempre pros meus amigos sobre minha sorte de ter provado - enquanto era tempo e eu tinha muita vontade - um pudim tão bom, mas sabe, eu nunca fui tão gamada em pudim. Eu gosto de bolo, eu gosto de torta, eu gosto da barra de chocolate mesmo. Nada pessoal. E, sobretudo, eu gosto de nada particular, e sim da minha liberdade de escolha.

terça-feira, outubro 16, 2012

Pra quem eu ofereceria um café

O dia de ontem foi meio merda; tentei escrever pra aliviar, mas a internet não cooperou. Talvez foi um modo de dizer para esperar o que o próximo dia teria a oferecer, e o próximo, e o próximo. O café aqui de casa acabou e eu tento curar a dor de cabeça e o mau humor com yoga e alongamento, até que surge alguém que me faz repensar a utilidade de ter um café em casa pra oferecer nessa hora meio constrangedora de ficar cara a cara, do jeito que se quis. Quer dizer, do jeito que eu quis.
Então eu me enrolo toda pra fazer as frases e você deixa seu email pra eu te ajudar com as coisas da mudança. Nada mais óbvio, você trilha o mesmo caminho que eu fiz um ano atrás. Mas sem óculos seus olhos me confundem mais. Eu reli e refleti sobre o que queria escrever ontem, e é absurdo ver a concretização daquela vontade que eu projetava sobre outra pessoa: "eu espero o telefone tocar, eu espero você mudar o curso e em vez de ir comprar aquelas porcarias vir me visitar. Porque tenho pra mim que, se você não vem, eu não vou chamar de novo. Já não sei se é orgulho ou bom-senso, mas ainda dói essa falta de reconhecimento". 
Mudam-se os personagens, continua a indeterminação. Mas, por enquanto, sem sofrimento. 

sábado, outubro 06, 2012

Contradições internas:

um milhão de motivos pra comemorar, um orgulho enorme de si mesmo convivendo com uma tristeza chata que vem do contato mal-sucedido. Me questiono sobre o que fiz de errado, mas a pergunta certa é se fiz algo de errado: não, me respondo. E vou aos poucos rememorando os detalhes aos quais me apego pra tentar superar isto: as opiniões reacionárias e um pouco moralistas (vindas logo de quem!...), suas escolhas que, sim, colocaram em questão minha empreitada de ser alguém melhor, mas que tão logo eu aceitei, ou pensei aceitar, foram além do breve espaço estabelecido implicitamente entre nós. Você sequer me deu um abraço por uma coisa tão importante; ao contrário, falamos amenidades e assuntos de trabalho e nos despedimos com um contato falso. Eu não quero isso pra minha vida; eu não quero esperar reações que mais me colocam pra baixo em vez de reconhecer minhas alegrias. Não quero sua intolerância. Não quero esses traços de egoísmo que você já demonstra. 
Antes tarde que mais tarde...
Meu caminho e minhas conquistas me levam mais longe que esses erros, que insistem em me deixar em suspenso, em stand by, cozinhando em fogo brando. I'm alive. 

terça-feira, outubro 02, 2012

Liberdade

Vento onde tudo cabe.

Hora de aprender e aplicar de fato o sentido disto.

quarta-feira, setembro 26, 2012

Eu fiquei olhando a foto

Eu abri a página sem intenção, de repente estava você lá. Eu fiquei olhando a foto e pensando se troquei seis por meia dúzia. Eu fiquei olhando suas fotos e esqueci da prova, do paradoxo do conhecimento no Mênon, do frio, do estômago, da transposição do paradoxo do conhecimento para a educação na necessidade da práxis; quando dei por mim, só percebi a urgência de viver o novo. Nossos dias não vão voltar. Nossos amigos se mudaram, têm outros amores, outros países; nos falamos ainda, mas não há mais os almoços e as cervejas nos fins de semana, as discussões que me davam ora sono, ora entusiasmo. Éramos um bom grupo sem ser um grupo, com esse título; passou-se um ano de aventuras, passou-se um ano voando, nas asas de um pássaro, um ano leve, bonito, que nos mostrou o mundo e o que havia para além daquele apartamento.
Conhecemos pessoas fantásticas nesse meio tempo, ou mesmo o tempo todo, pois de fato merecemos. Você parece mais velho e mais centrado, curtindo e descobrindo coisas sobre as quais não se faz propaganda. Entendo um pouco através do que me explicam. Te explico também: é que conheci alguém tão legal como há tempos não acontecia. Eu percebi minha mudança quando meus movimentos deixaram de ser mecânicos e encontraram ritmo e sintonia, quando tudo aquilo que a gente não viveu porque não teve tempo, tudo aquilo que teríamos vivido, tem se tornado real, sem cobranças, sem expectativas. É só o correr da vida, que nos separa pra nos trazer pessoas diferentes. Acredita que tenho aprendido a dividir meus domingos e meu colchão no nascer do sol? Com dificuldades internas, é claro, mas ando mais flexível; depois de algumas cabeçadas, mas é que tenho uma certeza meio forte do que quero - e mais ainda do que não quero - que, de algum modo, isto atrai hora ou outra o que deve ser. Pra falar a verdade, disto eu nunca tive dúvida: uma certeza meio cega em mim mesmo, no meu caminho, sempre me guiou. É como ouvir música antiga e boa e sentir aquele bem-estar de algo com o qual sempre se esteve. 

quinta-feira, setembro 20, 2012

Mrs. Robinson, are you trying to seduce me?

"Heaven holds a place for those who pray" - pra você, sem dúvida. Meninos legais têm lugares legais. 

Por outro lado, minha dificuldade se concentra, nesta manhã, na incompreensão que certas pessoas têm sobre o não. Daria um tratado, daria um livro explicar porque é tão difícil entender que quando alguém não responde suas mensagens, troca o telefone e não passa o novo pra você, e depois de ter explicado que não há volta, passa a ignorar suas tentativas solenes de aproximação, não há volta. mesmo. Não me foi tão difícil entender já nos primeiros passos, isto é, que nas mensagens não respondidas se instalaria um não-reconhecimento; porque é tão difícil para os outros? Será preciso usar de grosseria, do desgaste da discussão?
Me deixa estudar, fazer minhas coisas sem lembrar a todo momento minha predileção por me envolver com as pessoas erradas. Quero só fazer de conta que não existiu.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Don't let it bring you down

O Gabito Nunes e o Neil Young conseguiram, enfim, dar uma explicação pro fato de eu ter te visto ontem, naquele lugar que você sabia que eu estaria, e mesmo assim não ter me avisado. É puro não-gostar, coisa que não se complica. Eu só queria simplificar, mas já entendi e, com um pouco de força e sorte, apago seu número daqui pra não ter recaída.
Talvez eu esteja apenas a lidar com as consequências das minhas próprias atitudes e do modo de vida que escolhi pra mim, e neste caso não há de que reclamar. O que me deprime irremediavelmetne é ler os jornais, é ver essas garotas sendo mortas, ver nossa liberdade no sentido mais vivo sendo roubada, tolhida, porque isso não escolhemos e não há como fugir. A verdadeira dor da alma é misoginia, é preconceito.
Quem sabe Young estava certo: se trata de encontrar alguém no meio dessa loucura toda. 

terça-feira, setembro 04, 2012

Não segura minha mão

É que eu não gosto, tolhe meus movimentos, me dá vergonha, estampa na minha cara que estou com alguém, quando o que mais quero é discrição. Problema não é com você, eu sei que é clichê isso, mas pense só: o problema é comigo, senão como justificar que eu sempe acabo me envolvendo rápido com babacas e cultivo medo de prosseguir com alguém legal, de andar de mãos dadas com alguém legal?
Seu sotaque é bonitinho, dá a impressão de que você veio de outro planeta, onde as pessoas beijam diferente, exprimem tesão de um modo diferente. E você começou justo por onde não gosto: segurou minha mão ao se apresentar e beijou como num musical dos anos 20, só que de samba. Sim, você ouve Noel Rosa, ou? Parece almejar a vida num botequim, com toda calma do mundo. Me explicou o que é vermute, do alto dos seus aparentes 18 anos (mas deve ser mais, assim espero). Mas minha mão teimava em escapar, embora o corpo não julgasse problema em permanecer ali. Não consigo fazer ideia sobre o que você pensou disso tudo. Pode ter achado engraçado. Pode ter curtido menos, pouco ou nada. Pode ter se arrependido. Pode ter uma namorada. Pode achar que tenho um namorado. Pode ter se sentido culpado porque é religioso. Pode ter esquecido meu nome e tido vergonha de perguntar pra pedir o telefone. Pode ter achado meu quarto infantil, com o quadro sem fotos. Pode ter me julgado mal porque faço o que quero. Pode ter julgado que não faço bem o que eu faço. Pode ter se assustado com a bagunça do meu quarto e da minha vida, com a precocidade das coisas. Pode ter me achado fútil. Pode achar que vamos nos esbarrar espontaneamente. Pode estar neste momento a tentar se lembrar do número do meu apartamento. Pode estar ainda a processar tanta informação. Pode estar ocupado levando uma amiga pra casa. Ou lendo Camus. Ou lendo Agostinho. Ou vendo seus pais. Estudando francês. Ponderando se a menina da pensão vai embora ou não. Perguntando pro egípcio se ele me conhece. Ou escrevendo pra tirar da cabeça dúvidas como essas. 

I'm alive and vivo, muito vivo, vivo, vivo...And nine out of ten movie stars make me cry.  

sexta-feira, agosto 24, 2012

Don't stop me now

Lá vou eu com minhas coincidências de novo. E nem é por querer - eu já estava tranquila e tinha superado o primeiro momento do desencantar e do descobrir que nem tudo que se toca faz tremer, mas aí você estava dançando ali parado, tão destacado do resto do mundo, que sem perceber me vi fazendo confissões absurdamente infantis - idade mental 5 - sobre seus cabelos, conjecturas sobre a música que viria a seguir, sobre o fato de a gente não ter se visto antes. Pois é. Quando eu confessei que achava a cor dos seus cabelos em conjunto com o brinco que você achou na mata e com o qual, após desinfectar, furou sua própria orelha, atraente; quando fui ao banheiro e ouvi ao fundo que você acertou não a música, mas a banda que tocaria em seguida; quando criamos um vínculo tão leve a partir de nossas formações e, principalmente, quando percebi que poderia conversar com você sem precisar ser algo além do que sou e que você não precisaria se apaixonar ou se oferecer pra dormir aqui em casa - que estava um caos - apesar do frio, quando você não precisou forçar a barra e parecia um pouco tímido ao sorrir, quando eu me senti à vontade para te elogiar francamente...ora, quando eu tomei consciência de tudo isso, percebi - preciso parar com essa mania de escrever um texto a cada vez que conheça um cara interessante. 
Só seria mais fácil se você não fosse tão espirituoso. 

sexta-feira, agosto 17, 2012

Heart of Gold

Me pergunto o que fiz todo este tempo antes de me apaixonar por Neil Young e suas canções. 


De tudo que tange ao retorno, o mais difícil foi passar sozinha por aqueles lugares nos dias banais: terça-feira, voltando de compromisso, avisto a porta onde nos beijamos a primeira vez. Não fossem as mudanças e o acompanhamento - de longe até - das consequências, talvez tivesse tudo isso caducado no primeiro fim de semana juntos. Me lembro vagamente de sua voz e do jeito de levar às mãos à nuca, espreguiçando-se, conforme vi na foto recente. Rodar o mundo diminuiu a saudade, mas não apagou o que aconteceu: eu mudei, você mudou, vejo que meus amigos também mudaram e estão felizes; estamos todos felizes, mas será que não dá pra pular essa parte de sentir um vazio quando penso em você?

Lavei as roupas de cama e a toalha verde. Levei um tempo até pra usar as roupas daquele dia, como se ainda guardassem algo do contato. Eu sei, eu sei: há milhares de mundos lá fora esperando para serem descobertos, mas a força do que poderia ter sido e não foi ainda me persegue. 
A gente podia ter ficado juntos - você me disse. Teria você então o mesmo desinteresse por mim como tem agora, sem perguntas, sem vontade de saber?
Eu sigo experimentando um mundo belo sem a sua contribuição. Mas confesso: eu não consigo terminar meus textos direito, esperando que surja uma notícia, uma mensagem sua, que você apareça por aqui. 

sexta-feira, julho 27, 2012

Performances

Ian Curtis em Transmission. Metade da musica canta com os olhos fechados, mas de repente a voz cresce, os movimentos surgem, alguma coisa acontece no palco. 

Dance, dance, dance, dance, dance to the Radio.


Tenho presentes espalhados pela cama toda, talvez hoje nao precise mesmo usa-la, entre 15 horas seguidas de sono e noites sem dormir. Esta acabando. Parece que foi ontem mesmo que cheguei aqui e aprendi a andar pelas ruas, conheci seus nomes, os lugares com flores, os lugares onde se podia comprar cerveja barata, os lugares que havia sorvete, os pontos de onibus. O predio da Filosofia, onde eu imaginava o Hegel vagando, folheando os livros. Ha uma sala com o nome dele e do Kant. Muitas vezes me sentava nos bancos ali em frente, trazia meu cafe de casa, olhava a rua, a banda passar. 
Talvez devessemos nos embebedar no ultimo fim de semana, tirar mais fotos das paisagens, nao dormir pra aproveitar tudo e fazer os trabalhos. Sentir o calor incessante da cidade verde mas sem sombra...


Eu vou sentir saudades.

segunda-feira, julho 23, 2012

Riscos absurdos que a gente corre todos os dias:

o computador pegar vírus na última semana de entrega de trabalhos. Assinar um jornal pensando se tratar de um período de testes gratuito. Achar super legal o cara que na verdade é um babaca e que diz pra você se virar quando pede opinião sobre um problema grave. Sair sem guarda-chuva em dia de tempestade. Encontrar todas as pessoas super interessantes no dia em que você saiu de moletom a fim de gastar seu domingo inteiro na biblioteca. Ter que se despedir pra sempre de alguém no no ponto de ônibus, com pressa, ao lado de uma pessoa constrangida por estar no lugar e horas errados, quando se planejou uma despedida digna de filme. Deixar carta anônima pro endereço errado. Esquecer o horário da reunião com o síndico pra entregar as chaves do apartamento. Pagar passagem mais caro porque esqueceu de mostrar o bilhete de estudante. Ser barrada na porta da balada porque esqueceu a identificação - não, o cartão de estudante não vale. Ou ter que pagar mais porque o cartão de estudante está com a data errada.
Receber visita quando se está de pijama. Mandar mensagem acidentalmente durante uma situação tensa. Adicionar a pessoa errada. Conversar com a pessoa errada. Conhecer ao vivo a pessoa errada. Se envolver com a pessoa errada. Só descobrir que ela é a pessoa errada (em todos os sentidos) depois da pisada de bola. 

terça-feira, julho 17, 2012

Everybody's Gotta Learn Sometimes

Recebo cobranças do jornal que não assinei. Ligo e espero três minutos sem ser atendida, acabam meus créditos. Saio, tenho de ir ao banco sacar o dinheiro que está acabando pra dar conta do problema, do pagamento com o dinheiro que agora está acabando ainda mais. Encontro uma amiga, combinamos de fazer algo antes que eu parta - sim, já é fim de julho. Chego em casa e fico 12 minutos no telefone com dificuldades de soletrar meu nome ou o nome da minha rua, mas teoricamente resolvo o problema. Só devo escrever mais um email e esperar a confirmação automática deste. 
Aí é como acabo de ler num texto genial: a internet nos poupa do constrangimento de resolver as coisas numa ligação, mas cobra paciência de jó. Dez minutos mais tarde e nada de confirmação do email, que deveria chegar em um ou dois minutos. Escrevo mais duas vezes para o endereço. Escrevo de outra conta de email. Escrevo para o perfil do jornal no facebook e no twitter. Reconsidero ligar mais uma vez e esperar ao menos três minutos para ser atendida. Então chega o email: nenhuma resposta, só a confirmação do recebimento de meu email. Do email que escrevi ontem.
O computador esperou ligado enquanto fui pegar dinheiro e carregar o celular. Ao voltar, passei pela cozinha espiando se o vizinho estaria lá. O problema é que meus horários estão tão bagunçados que é impossível encontrar as pessoas num período razoável ou sem que eu esteja com olheiras e cara de zumbi. 


Revi o clipe do Beck umas centenas de vezes e lembrei da primeira indicação que me deram sobre o filme; na verdade, lembrei de quem me deu essa primeira indicação e me senti dentro do filme: descubro que não quero apagar estas memórias cheias de nostalgia, mas que me ensinaram mais sobre um pseudo-relacionamento que as paixões realizadas em uma noite após toda expectativa. E agora concordo com o Beck: alguma hora a gente aprende. 
Meu café novo dá o gás pra escrever os trabalhos, além do chá. Regime de dedicação exclusiva, vendo o sol nascer pelas frestas na janela enquanto leio. 
E agora começo a receber confirmação automática de todos os emails que escrevi. Eles diferem levemente porque em cada um consegui arrumar um errinho ou outro de alemão, mas querem dizer a mesma coisa. Aperfeiçoamento.
A inspiração pra escrever vem, simplesmente vem. Ela se compõe das cervejas e das frases incompletas trocadas na cozinha, do vento que bagunça meus cabelos, dos convites. 
Hora de fazer meu próprio tempo.

quinta-feira, julho 12, 2012

Uma época, eu ouvia Muddy Waters incessantemente,

mas agora, quando eu titubeio um pouco no Português, perdendo minha língua sem sequer saber de fato outra, ouço muita música brasileira sempre que bate a saudade; seus sons adquiriram outro significado. Só na paz interior e dos fatos é que consegui, como retrospectiva, perceber o tanto de mudanças dos últimos tempos. Mas devo confessar: eu fiquei inebriada foi com o vídeo da primeira vez que Neil Young tocou Heart of Gold; eu vi esse vídeo vezes seguidas e fechava os olhos e lembrava do modo de procurar a gaita nos bolsos. Tenho também procurado o essencial pra canção da minha vida em diversas formas de sustentar tudo isso ao mesmo tempo: o aqui, o lá, a desconfiança de que pessoas importantes se encontram duas vezes na vida... 
Mas se assim for, quantos personagens retornarão: talvez aquele que me decifrava veladamente, ao passo que acreditavam numa imagem tão ocasional, pondo a perder a descoberta de como eu realmente era. Eu me questiono hoje porque não deu certo, mas quem sabe eu encontre de novo por aí a figura daquele moleque meio revoltadinho com a vida, um pouco insatisfeito, com seu jeito vulgar, comum, que hoje eu percebo o quanto era legal e que me lembra o Robbie Williams nos vídeos ao vivo, sabe se lá porquê. 
A gente tinha até uma música e um lugar, me lembrei sem querer. 
Ou quem sabe algum dia retorne também o poeta louco e todo meu sortimento de "e se..." - continuo, porém, curiosa por saber sobre o que escreve uma pessoa que pega a inspiração ao andar sozinha pelas praças em dias de vento e neve. 
Ou quem sabe reencontre - num reencontro digno, não os banais encontros pelos corredores - uma espécie de reflexo, meu-eu-daqui-alguns-anos, evoluindo pra se tornar elegância, um pouco de mistério, inteligência e opiniões controversas.  
Acho que o tempo passa e faz mudar as prioridades, por isso deixei de desejar os (re)encontros para os quais me havia "programado", acreditando que aconteceriam como nos filmes em que a vida dos personagens se direcionava para o retorno no pós-guerra, para esse reencontro no qual desejo e interesse permaneceriam mesmo depois de tanto tempo, de tanta gente, de tanta experiência, de tanta mudança. Eu já tive o melhor. Agora é buscar o melhor depois desse melhor, e não o mesmo de antes.
Será mesmo que vale a pena rodar o mundo pra vir parar de novo na mesma instabilidade?

quarta-feira, junho 27, 2012

"Das ist nicht dein Bier"

Foi uma forma delicada de dizer que o problema é meu, eu que me acerte então. Mas como ficam todas as incitações a confiar que tudo vai dar certo? porque o discurso de conformismo agora, no fim da linha? 
Eu entrei no mundo a partir do dia que questões tão vis passaram a me preocupar.

quinta-feira, junho 07, 2012

Tell me why

Is it hard to make arrangements with yourself? 


Anotado e aprendido: enquanto se espera demonstrações que não virão, por inúmeros-inexplicáveis-ininteligíveis motivos após a afirmação da angústia-de-te-ver-indo-embora, a verdadeira saudade, anunciada como maior que a que eu sinto - se é que se pode medir saudade - porque a minha se dispersa, enquanto a de quem está lá tem um rumo só, me deixou surpresa e verdadeiramente feliz em frente ao computador. As coisas mais lindas têm nome hoje: simplicidade e carinho. Neil Young soa diferente acompanhado de Crosby, Stills e Nash: deve ser por isso que a gente também se sente diferente quando vê alguém que realmente se importa em dar e receber notícias.
Que minha saudade deixe de se dispersar em rumos errados...

sábado, junho 02, 2012

Eu pus Radiohead pra tocar

enquanto te escrevia, breve e curto, uma espécie de email, porque eu não aguento mais os sonhos e aquelas pequenas expectativas embutidas: como será? no sonho, o mote era sempre a nossa dificuldade de comunicação, mas acho que pela primeira vez na minha vida estou disposta a abrir mão do meu orgulho e dizer o quanto quero alguma coisa que nem eu sei o que é, mas deve significar algo entre nós dois.

terça-feira, maio 29, 2012

Viagens

Toda vez que volto de viagem me sinto numa cena de Lost in Translation: os prédios vão passando, eu olhando de dentro do carro e toca mentalmente Just like honey. Aí quando eu me lembro daquele dia no Karaoke parece que eu protagonizava More than this...estou numa luta eterna contra o tempo. Eu deixo as pessoas cada vez mais com o peito apertado; eu não quero ir embora, mas eu quero ir embora, porque eu sinto falta do som de lá. Ainda assim, sei que vou sentir falta dessas flores e da calma de tomar um sorvete às terças-feiras, 4 da tarde.

quarta-feira, maio 23, 2012

Último romance

Um minuto de silêncio pelos shows que a gente não viu.

quarta-feira, maio 09, 2012

Love will tear us apart

Again.
Os joelhos doem, ralados do tombo. Tombo de verdade na rua molhada, correndo pra pegar o onibus, rasgou a meia-calça mais bonitinha enquanto pulsava forte ainda a última cerveja: uma preta, a "revelação da noite", como se diria. Que bom que surpreendo alguém de vez em quando, em lugar de ser só surpreendida. 
É oficializado: eu não quero saber dessas vidas. Das fotos do mais novo casal feliz abraçado na praia, de pôr-do-sol bonito, de viagem de uma semana pra lugares paradisíacos precedida de convite aberto à comemoração e despedida dos amigos. Pro inferno o sotaque forçado e as opiniões sugestivas tornadas públicas. Eu não tenho o que falar ao mundo. 
Justamente quero meus dias só pra mim, guardando por dentro o gosto da cerveja e dos cafés da África e Guatemala, guardando um bem-estar tão pleno, um círculo de pessoas que são tão calmas e boas, nos mais diversos sorrisos; guardando a voz que me chama no meio da rua com sotaque estrangeiro agradável aos meus ouvidos; guardando as canções que a gente inventa pra se livrar dos insetos, pra rir da vida e na nossa inabilidade com o idioma estranho, guardando o gosto do chocolate e do prazer. Cultivando auto confiança ao me prometer nunca reler aquele email.
Me observa mais um pouco fazendo estas coisas todas: você está exatamente dentro delas, enquanto diz que sou muito legal e elogia minhas habilidades comunicativas até então desconhecidas. Alguma hora o dinheiro vem, eu tento me convencer. Até lá, vou vivendo de carinho.

terça-feira, maio 01, 2012

Neil Young e Família

Ouço Harvest Moon enquanto arrumo algumas coisas depois que minha irmã foi embora. Ouço as canções que as árvores floridinhas cantam agora na primavera, enquanto arrumo a minha vida, enquanto cuido do espírito e me admiro (palavrinha recorrente, capaz de nos emudecer mesmo quando há tanto pra falar...) com as descobertas e as pessoas, com as cores e a sutileza dos nossos dias. Nada é como estar com alguém que te conhece de verdade, que te deixa à vontade de verdade, companhia agradável sem esforço, subindo as montanhas, sentado no parque, tomando uma cerveja olhando o rio, os barcos. Às vezes a coisa mais difícil é admitir que a gente nunca vai voltar a morar com a família como quando a gente era criança e jamais podia imaginar o que ia ser da vida de cada um. Ainda que os amigos te liguem pra dizer que estão te esperando em um bar qualquer, pode ser que a única vontade seja voltar aos dias que a gente comia bolacha água e sal assistindo Sessão da Tarde.

sexta-feira, abril 13, 2012

a simplicidade da palavra,

seguida do gesto também inocente, pronunciando com calma: du bist wirklich cool!

quinta-feira, março 15, 2012

"Here comes the sun"

nunca foi minha preferida. Parecia meio sem porquê a canção, até que hoje de fato o dia estava tão bonito, apesar dos pesares e das coisas que não funcionam. O mundo me grita pedindo paciência, tudo o que eu não podia dar agora, numa insegurança tremenda. O jeito é andar pelas ruas à noite, vendo a escuridão e a calmaria destes dias, interpelado pelos taxis, e volta e meia um gato.
E eu já fui menos persistente...

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Qualquer coisa entre liberdade e solidão,

entre bem-estar inesperado e o incômodo da distância, da ausência, do silêncio, do não-saber. Entre a beleza incomparável de algumas paisagens e a secura que aos poucos se estabelece por dentro, mas sempre controversa face ao desfrute leve e gradual de alguns lugares à primeira vista inóspitos, mas que apresentam o horizonte. Eu pude voltar a escrever, assim, despretensiosamente, como os dias sem planos, mas com pequenas surpresas. No fim, tudo isso só me mostra que é preciso tirar força dos sonhos pra superar não só a falta de grana, como a dependência de pessoas - próximas e alheias - sem me sentir menor por conta disso. Nada agradável essa situação deste ponto de vista; c'est la vie. Violão, cd, livro; alemão, português, com dedicatória. Tudo doce por esses dias, mas já não tenho tanta vontade de comer o mundo como tinha...estou saboreando com os olhos primeiro, apenas aprimorando os sentidos, ao modo de quem não ouve/entende direito, nem consegue ainda falar o que pensa. Estou encontrando minhas entrelinhas, meu interior no interior, tendo tudo ao meu dispor num sotão no meio do nada.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

O seu jeito de usar a segunda pessoa

me soa sempre tão bonito, tão agradável, que eu podia ficar te ouvindo contar as histórias absurdas por horas a fio. Caso raro, ainda mais na minha situação atual. Voltei pro complexo do fim dos dias, nessa contagem regressiva torturante, na indecisão de não saber o que significa exatamente ser tão legal mexer no seu cabelo e você no meu.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Da saudade; da surpresa.

É isso: superação. Novidade. Pensamento. Sentimento. Desapego. Força. Ligação. Parada em frente à pedra, às flores, chovia, tinha nevado, e aconteceu algo inexplicável. Vontade de retorno. Vontade de roubar uma respiração sempre latente, por acontecer. Poeta louco e suas manias, seu jeito de olhar na hora que menos se espera.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Pra enxergar longe,

óculos. Visões especiais. "And if I was yours, but I'm not". Preparando um discurso, aperfeiçoando, criando a afinidade pela compreensão mútua e implícita. Há algo maior que o conhecido. Cantando Doors num karaokê, com os olhos fechados, conversando em língua estranha, o mundo fica melhor quando há disposição, bem estar. Eu poderia ficar aqui pra sempre, no vento, de onde vi os fogos estourarem e sumirem.