quarta-feira, maio 09, 2012

Love will tear us apart

Again.
Os joelhos doem, ralados do tombo. Tombo de verdade na rua molhada, correndo pra pegar o onibus, rasgou a meia-calça mais bonitinha enquanto pulsava forte ainda a última cerveja: uma preta, a "revelação da noite", como se diria. Que bom que surpreendo alguém de vez em quando, em lugar de ser só surpreendida. 
É oficializado: eu não quero saber dessas vidas. Das fotos do mais novo casal feliz abraçado na praia, de pôr-do-sol bonito, de viagem de uma semana pra lugares paradisíacos precedida de convite aberto à comemoração e despedida dos amigos. Pro inferno o sotaque forçado e as opiniões sugestivas tornadas públicas. Eu não tenho o que falar ao mundo. 
Justamente quero meus dias só pra mim, guardando por dentro o gosto da cerveja e dos cafés da África e Guatemala, guardando um bem-estar tão pleno, um círculo de pessoas que são tão calmas e boas, nos mais diversos sorrisos; guardando a voz que me chama no meio da rua com sotaque estrangeiro agradável aos meus ouvidos; guardando as canções que a gente inventa pra se livrar dos insetos, pra rir da vida e na nossa inabilidade com o idioma estranho, guardando o gosto do chocolate e do prazer. Cultivando auto confiança ao me prometer nunca reler aquele email.
Me observa mais um pouco fazendo estas coisas todas: você está exatamente dentro delas, enquanto diz que sou muito legal e elogia minhas habilidades comunicativas até então desconhecidas. Alguma hora o dinheiro vem, eu tento me convencer. Até lá, vou vivendo de carinho.