sexta-feira, julho 30, 2010

Serventia,

a curiosidade serve - me serve. Me serve o quê? Lembranças. Me serve de quê? De ponte para descobertas. E me serve pra quê? Pra ver que descobertas são também reencontros.
Vou relendo os escritos, partindo de uma ligação, um nome que despertou a tal curiosidade. E Nenê Altro ainda existe, fotolog é uma coisa que ainda existe, os festivais de hardcore ainda existem. Mas Nenê Altro tem uma filha moça, e põe fotos do filme do Curtis, e põe fotos de Smiths, e agora tem bigodes e o rosto marcado do tempo e das coisas, as coisas. Vai, e eu continuo com o msn ligado, sem estar. Quem dorme cedo já saiu, partiu, talvez sonhe sonhos intelectuais, cheios de informações interessantes. Eu, de minha parte, perco o sono lembrando trechos de Dance of Days. Sabia que o mundo tem um antes, um depois, um agora, e todos eles são ao mesmo tempo? Vai, de repente a serventia daquela curiosidade era me reconduzir a mim, pra depois sair de novo, em busca de algo que não sei.
Os personagens reaparecem, Alice, Coelho Branco e seus Funerais, ou então meus personagens, de alguns anos atrás, quando eu me questionava o que aconteceria. Mas me serviu pra chegar a Nick Cave e, ora, vejamos no que vai dar então.

afinal, é bom mudar de caminho

quando estamos sempre tão acostumados a medir os passos, seguindo os rumos de todos os dias. Mudança de caminho é também a modificação de perspectiva, que implica um novo ângulo de visão. É o fim e um começo, e lendo os escritos antigos, umas pendências ainda estão ali há tanto tempo: anos. E no fundo é um tapa na cara admitir que ninguém está livre de ter um pé no passado, passado breve, passado bem antigo, que seja: que tempo é esse? Estou calma e com boas expectativas: nada como pensar e se ver no outro, nos erros e caminhos, mesmo quando a gente muda os passos. Talvez a direção ao menos seja a mesma, ou a parada final. Ou não...quem precisa de garantias, compra eletrodoméstico.

terça-feira, julho 27, 2010

fazendo considerações,

quando nem tudo o que se diz ou faz soa exatamente do jeito que pensara; vale o que ouvi e repito: "if nothing ventured, nothing earned". Aprendizados: não deixar que as coisas tomem proporções tão grandes a ponto de não se saber como remediar ou explicar, e ter força pra acordar mais cedo. Uma boa corrida vale pelo sono que se pode recuperar depois, em outra hora.
Como estar sem estar? Umas dúvidas cutucam, mas não a ponto de tirar toda a atenção, quando de um bom trabalho pode surgir respostas ou ao menos indicações. Coisas que preciso fazer, coisas que se deve lembrar, mas cadê o lugar de tudo isso? Dentro da mente, memória, mas é meio sem graça se converter em agenda diária.
Por ora, por fim, faço descobertas legais, vendo tudo ficar bem: há partes nos problemas que, se bem observadas, estão mais claras que outras. O espreguiçar de gatos sempre me acalma, mas a parte ruim é que me dá sono também...moleza...dormindo no sofá como há tempos não fazia. Pessoas vêm e vão, mas o que fica - comigo, ou de mim - é garantia da existência. E eu queria um café que não fosse tão doce a ponto de amargar a boca.
Não acredito mais nesse café doce. Não quero açúcar, quero o que faz acordar.

quarta-feira, julho 21, 2010

e se não for uma boa ideia?

por via das dúvidas, fecho a janela. Sabe, nunca se sabe o que é que pode vir dali. Há notícias - as notícias correm, vão, mas voltam, vale lembrar...quem conta, reconta, essas coisas. Era pra conseguir separar aqui e lá, mas não dá mais, em ligações e vozes, escritos, retratos, canções, compromissos, prazos, pastas e folhas, assinaturas, promessas, dívidas, dúvidas, o livro e minhas próprias frases e fases, e vai virando uma coisa só, como dois mundos aproximados, preparando-se para uma fusão sabe-se-lá se bem sucedida ou não. E quando tudo acontecer, não sei mais o que sou: Play the Part, é assim que eles cantam; eu represento o papel, ou melhor, os papéis, e quando tiver de optar por um só, já não sei no que vai dar.

sábado, julho 17, 2010

por dia,

um milhão de pensamentos e imagens indo e voltando. E outro milhão de imagens a se formar a cada dia também, levando um pouco de ontem, contribuindo para o amanhã - no meio disso, o hoje, o agora. Pode ser um pouco mais do que se pode medir, mas o gosto do café e do chocolate, granulado, essas coisas, o som alto, uns compromissos, umas promessas, umas metas cumpridas, me trouxeram até aqui. Como num ninho, aqui a noite é mais escura, as janelas estão fechadas, vendo tevê e perdendo um tempo que só não é perdido porque é necessário. Algumas descobertas parecem inúteis, mas não deixam também de ser engraçadas, como quem diz: ali sou eu, estamos sempre no mesmo barco. A preocupação demonstra a medida que nem eu percebia, mas sob minha segurança, vendo a cama com quem lhe pertence, talvez meu controle seja a torcida para que tudo fique bem; leio Álvaro de Campos, e também estou ali. Também estou na representação do rumo perdido, no aroma que se desprende do coador e da xícara. Também estou no pensamento, vago, vagueando, vagabundo.

segunda-feira, julho 12, 2010

mais que um símbolo,

há coisas que representam internamente, para além das convenções. Esse tempo, ambiente atípico, algumas coisas tão importantes fizeram notar o valor desses dias - das perdas e dos ganhos. Bildung, há de ser isso, e daí veio a vontade-inspiração pra marcar mais que na memória esses momentos. Mas chega, pois nem sempre há necessidade de explicações mesmo.
Por ora, sigo passos em lentidão, conquistas que chegam sem avisar. Quando não me preocupo, as coisas fluem, sempre foi assim, e nunca aprendi a deixar a água correr, tento prender com os dedos inúteis então. E diferença nenhuma isso faz, porque os dias continuam a me surpreender, trazendo sorrisos no fim da madrugada, quando perco o sono na boca da noite e penso, satisfeita inconscientemente: nem que eu quisesse e planejasse, esses dias seriam tão surpreendentes. Bons não é a palavra exata, porque as surpresas às vezes transitam entre beleza e dor, modificando-se, mostrando-se, abrindo-se em diferenças sutis: a mansidão esconde uma vida que nunca se imagina, escorre, toma rumos e formas diferentes, em caminhos que nos formam.

domingo, julho 04, 2010

as palavras e as coisas -

é bem assim que começa, e deve começar mesmo: madrugada, ouvindo notícias, vem a pegada pra escrever, transmissão quase que direta da mente pras teclas. A mente bombardeada enquanto isso: que será que está acontecendo agora ao redor do mundo? E as pessoas que somem, dormirão em paz no conforto do lar? "Ela está cercando por todos os lados", penso. E está lá há tanto tempo, que só pode dizer algumas coisas: que tem um espaço cativo, ou que não conseguiu conquistar esse espaço, e permanecendo tal vaga, eu rondo por ali. E pra quê? Pra ir aonde? Mais um banco e manhãs que me testam?...
Ai, caramba...essas noites não me deixam dormir, ideias que se balançam. Mas tudo vai passar, porque daqui, nada me atinge - o quarto em tons de roxo zela pelo sono cheio de sonhos malucos, e interpretações; mas, caramba, faz pouco tempo, e é tanta coisa. Será - tanta coisa - pergunto? Não sei responder.
Hora de desligar. Dormir. Café, chocolate, falta o cappucino. Essas faltas...Preparar pra marcar algo além das lembranças.

quinta-feira, julho 01, 2010

as sensações têm peso, cor, gosto

e determinações fortes. Os caminhos são melhores quando percorridos ao lado de quem tem disposição pra vida, nas menores coisas, nos lugares mais distantes, recarregando energias ao modo de quem está em stand by. E o tempo aqui é um negócio diferente, o sol reflete fraco, resolvo algumas coisas e fico em paz, sem medida pra essa calma, na mansidão do céu azul claro. Mansidão, o que quer dizer essa palavra recorrente nos últimos dias, com mil significações, atribuídas a tantos? Que seja, há de ser assim mesmo, e vou me haver só com o destino. Enquanto isso, não poderia ser outro lugar nem outra pessoa, nem eu deveria estar lá. Eu desligo por esses dias, quer saber, e com muito gosto pelo gosto de um lugar que não é mais meu, mas ao qual estou ligada. Meu lugar é sempre só comigo...