quarta-feira, outubro 31, 2012

Saudades

saudades das tuas ruas frias, dos prédios que me tiravam o fôlego, arquitetura imponente. Saudades do cheiro da casa onde morei - o cheiro do chá da amiga. Vivíamos num prédio um pouco velho, o elevador era quase homicida. Saudades da currywurst na Alexanderplatz, da Starbucks bonitinha do Hackescher Markt, do brechó na Frankfurter Alle, saudades do sentimento que tive enquanto comia minhas bolachas no trem na chegada, sem conseguir dormir de ansiedade. Daquele barzinho que dancei com uma amiga numa madrugada que nevava muito, do parque cheio de prédios abandonados, que jamais saberia encontrar de novo. Do karaokê, da biblioteca onde perdi umas poucas tardes usando a internet. Do cemitério onde encontrei o Hegel.
Meu coração se consome todo de saudade de uma cidade, de uma época. E percebo - não vejo a hora de voltar. Voltar a viajar.