quinta-feira, janeiro 21, 2016

Homem e religião

Volta e meia penso sobre religião para além da minha pesquisa. Pessoas próximas, de diversas crenças, expressam seus valores e não nego que faço minhas observações. Mas as faço para mim, com cuidado e sempre buscando a devida justiça. 
E o fato é que nas coisas que leio e que ouço sobre religião sinto uma urgência de personificação, na falta de uma palavra melhor. Diferentes deuses, de diferentes religiões, mas em comum o fato de que o deus é porque é para você. Os deuses são na medida em que são para cada um. Nas suas narrativas há alguma coisa agindo na vida de cada um, seja para dar sentido, para impor uma finalidade como a evolução, o tornar-se-melhor, seja para punir e determinar o que deve ser feito e o que não deve ser feito. O deus fala a cada um - no sermão, no evangelho, no íntimo, através de mediadores. O deus tem planos, aconselha a cada um, conforta. Isto é deveras sedutor: alguém que está lá por você, que - para alguns - deu a vida do filho por você. Na religião, a despeito de toda autoridade divina, o homem se crê o centro do mundo e do olhar de deus. Eis um ponto que me parece tão estranho, pois não somos um nada num universo cuja extensão sequer é conhecida? Mas a religião atribui importância e finalidade a cada um dos homens.