sábado, abril 28, 2018

Natureza e afeto desdobrados

Há coisas que brotam de dentro e crescem em silêncio, desavisadas, desavisados todos nós. O corpo está em movimento até em suas menores partes e a matéria segue seu curso à revelia de nosso consentimento - se desdobra, se multiplica, se recompõe. De repente soa um alarme e a descoberta se define: as imagens da doença, fotografias em contraste e negativo que me lembraram o retrato íntimo de Hans Castorp na Montanha Mágica - há um fascínio em ver as coisas por dentro. 
Pari passu crescem por dentro outras coisas, pois a vida, enquanto há, é inflexível. Outro início também foi atribuído a uma fotografia, inofensiva, um par de olhos que ainda não pude adjetivar ao certo. Mas estes desdobramentos são suaves, agregam calma, paz; são sentimentos de carinho, de ternura, de um querer-bem preguiçoso e pacífico como um gato deitado ao sol.