sexta-feira, abril 15, 2016

Por favor

Da primeira vez que li o livro de Amanda Palmer, achei sentimental, simplório. Mas A arte de pedir me tocou no mesmo ponto que mobiliza as outras pessoas: o ato. Estou há algum tempo - a meu modo e contra minha vontade e orgulho - pedindo.
Peço tempo (um prazo maior, uma mudança de horário, reagendamento de compromissos), dinheiro emprestado, compreensão, paciência, desculpas, ajuda. Estou pedindo que prestem atenção ao que eu digo, às explicações que dou. Peço veladamente que atentem aos sinais quando falo da ansiedade. Peço explicitamente, mas morrendo de vergonha, que me paguem no dia combinado. Peço sinceridade, carinho. E é sempre muito, muito difícil, pois o pedido envolve a possibilidade da negação - e como Palmer diz, essa vulnerabilidade da recusa é o que nos constrange no pedido.