domingo, setembro 29, 2013

Antes

Antes mesmo de começar a ler Os Sonhos de Bunker Hill meu coração estava pequenino, apertado, só com a apresentação do Caio Fernando Abreu, que prenunciava: as pessoas, de muitas maneiras estranhas, tortuosas, piradas, no fim das contas só querem amar e ser felizes. 

Olhando a cidade e as possibilidades, andando no sol até o pé doer para depois dormir um sono sem sonhos, pesado, que a chuva não acorda e o despertador não interrompe mas só a fome, me apaixono repetidamente pela cidade. Tudo está aqui ao mesmo tempo, eu quero morar no coração da cidade para consumir seus ecos, ruídos, suas fumaças, presenças, personagens anônimas dormindo na rua, nas praças, no viaduto 9 de julho, sob as árvores altas, embaixo do minhocão. Eu me acostumo com um mundo novo aos poucos, só aprendo devagar a entrar e sair dos prédios com sistemas próprios.
Só aprendo devagar a lidar com aquilo que tem funcionamento próprio:
seu egoísmo,
meu egoísmo,
nosso egoísmo,
as informações importantes que você oculta,
seu oportunismo.

Prefiro ficar com minhas coisas e comigo.