segunda-feira, janeiro 19, 2015

Teia de aranha acariciando a nuca

Sentados no parque, domingo à tarde, travavam conhecimento pela primeira vez sobre suas vidas, propósitos, algumas ações e os melhores shows da vida, quando a mão alcançou a orelha - de súbito, ele se estapeou e afirmou, severo:
uma aranha.
Ela se levantou de um pulo e sentiu pela primeira o estômago se manifestar naquela tarde. Ela, que estava tranquila, justo perto dela uma aranha, de todos os seres abomináveis, justo uma aranha, justo ela.
Se recompuseram e a conversa reiniciava, mas qualquer vento já era - aranha andando pelo corpo, teia de aranha acariciando a nuca.  
Acho que a gente sentou embaixo de uma teia de aranha, concluíram, mas já era hora de partir e a distração estava feita.