sábado, janeiro 10, 2015

Fez-se mar

Recorrentemente eu sonho com mar. com imensidão, vastidão.
Hoje eu me aventurava e entrava de peito aberto, porque o mar era calmo e eu tinha, parece, um controle. Inadvertidamente surgiu uma onda que me cobriu e tirou meus pés do chão; eu não sei nadar, mas simulava pensamentos sobre prender a respiração quando a onda me levantou, ficar calma, boiar, tentar manter a cabeça para fora. Então eu não era mais corpo, eu era só uma cabeça, um nariz, o par de olhos que enxergava a linha do mar logo no meu pescoço.
Mas eu, pela primeira vez na vida - ou no sonho, não tive medo, e num instante já estava em outro lugar, com os pés de volta ao chão.