terça-feira, abril 27, 2010

o céu em faixas

porque quis ver as torres, subi ao alto
e daqui o céu era perto.
Em tonalidades tingidas de tristeza-pouca
daquelas que se tem de sábado, passada a festa,
a banda, a música, a dança,
o gosto, a chance, a vida que não volta.
Mas a vida vai em frente, em frente vai e segue
e os avisos, as faixas, apontam para frente;
deixando pra trás algumas palavras cheias de mágoas,
deixando pra trás a luz do fim da tarde caindo nas árvores
e deixando pra trás cinco, dez anos.
O que a gente era, o que a gente fez, o que a gente quis
pra onde foi tudo isso?
E onde está agora o que seremos e faremos e desejaremos no futuro,
se é verdade que tudo tem seu lugar no mundo?
E onde ficou tudo o que podia ter sido e não foi?
Mudo de posição; eu, mudo, frente às palavras,
eu mudo porque preciso - mudança e silêncio se imbricam.