sábado, outubro 31, 2015

A linguagem dos compromissos

"Tempo a gente tem o quanto a gente dá": o pretexto da falta de tempo, batido, sobre o qual se apoiam as não-vontades. A linguagem dos compromissos é inevitável - quem irá desmenti-la? Quando um se diz ocupado, o outro aceita. Mas cabe, sim, a desconfiança, não pelos motivos, que não me interessam, mas pelo significado da ausência. Na real, ninguém tem tempo, a gente arranja tempo para as coisas que são importantes. Problema é quando me sinto sempre arranjando tempo, escarafunchando os horários pra fazer caber uma noite juntos, e não há reciprocidade. Aí é sinal de algo errado e hora de pular fora.