segunda-feira, novembro 17, 2014

Algumas cidades domesticadas sob nossos pés

Antônio Prata bem disse que não tem como saber se vai dar certo antes de dar o salto. Mas tem coisa que a gente vivencia e não sabe bem se é verdade quando acontece desse jeito, sem ninguém além de nós a testemunhar o nascimento de algo que pode ser.
[But maybe i'm just too young to keep good love from going wrong]
Estive à vontade, falando o que vinha à cabeça, mas me deliciando sobretudo com as histórias, com a calma dos que não têm muito a esperar porque até ali já era demais e já era bom. Tem dias que a paz e a felicidade nos empurram para os lugares.
Eu gostaria de ver as cenas de fora, para saber o que um fazia enquanto o outro entrava no bar, pegava uma cerveja e encontrava o lugar exato para ver a banda. Gostaria de ver de fora para saber a configuração dos corpos no primeiro Oi, para ver o olho fitando o nariz fino cada vez mais perto e o sorriso meio encabulado, o primeiro olhar sobre os desenhos e as feições e expressões ao sentir o perfume.
[My kingdom for a kiss upon her shoulder]
Mas nem por mil promessas eu gostaria de saber o que vai acontecer. Pode ser que algumas histórias mereçam ficar nesse lugar indeterminado entre a realidade noturna de um dia feliz e o sonho cansado, a conversa solitária.