terça-feira, dezembro 16, 2014

O velho disco riscado

Nem inferno, nem cidade, sou nada. Não haverá Paris e mais uma vez nem todo esforço foi capaz de superar algo como uma sina. O tempo vai se encarregar de mostrar as coisas feias e ajudar, sim, a superar como nas tantas outras vezes e nos tantos outros desencantamentos. Persiste por enquanto a sensação de que a proximidade destruiu o interesse, mas tão logo a vida reengatar tudo isto vai fazer parte daquelas coisas que algum dia deixarão de ter sentido e representação. E algum dia me será muito claro que talvez ao se denominar um cretino em suas ações erradas, um adolescente, você no fundo nutria um orgulho de ser assim e achava bonito, como se isso o diferenciasse do resto das pessoas. Ou talvez algum dia me será claro que você não estava nem um pouquinho aí mesmo.
Um simulacro imbecil e torto de Casablanca, sem saber qual de nós arriscaria menos a cabeça pelos outros, porque no fundo, apesar de sentimentais, estamos todos em primeiro lugar.