domingo, junho 07, 2015

Fim

Não fui nada do que se esperava que eu fosse. Na verdade, ninguém é. Quando deveria ser engraçada e sorridente e cativante, era apenas eu mesma: um silêncio e a escuta. Quando deveria ser passional, era fria. Quando deveria ser a melhor, a mais dedicada, a que mais falava de seus projetos e de si mesma, eu não estava nem aí pra isso. É porque eu gostava muito de você e só queria ficar numa boa com isso, queria te ouvir mais do que falar. Mas aparentemente não era o bastante e eu fiquei assim, com uma mágoa idiota, com um ressentimento besta, apesar de saber que a imagem que ainda faço de você não corresponde em nada à realidade. Não gosto das suas imagens, são fracas; seu jeito de escrever é afetado, cheio de floreios, enfiando palavras difíceis no lugar errado e separando sujeito do objeto com vírgula. Algo me diz que esse gostar desiludido e todo errado na verdade nem é pra você. É pra alguma coisa que criei e que se dissolveu na minha cabeça, sem muita existência própria.