domingo, novembro 29, 2009

Tangerine, Tangerine...

Hoje estou repetindo várias coisas, palavras, em silêncio mesmo. Um dia quase que perdido, planejei algumas coisas, mas não sei porque não as fiz. Acho que ainda estou sob o signo do vazio pós-trabalho-intelectual que quase me arrancou os neurônios, sugou o sono e as secreções dos olhos, que tão secos ardiam, e me jogou em horas que corriam sem ver, até que eu fui parar naquele banco e mal conseguia falar. Tinha um receio ali, pensando que era um fim que poderia ser bom, mas era um fim. Fechar ciclos às vezes me apavora, porque perco a estabilidade, que também me apavora. Acho que tudo me apavora - as pessoas no mercado me olham, penso se meu rosto estaria sujo, o zíper aberto, se haveria merda de passarinho no meu cabelo ou se o cabelo estaria mais desarrumado que o possível e normal, ou então se simplesmente haveria algo de errado que não sei, ou que não se sabe, explicar. Os sintomas, as confusões são sintomas, no plural; a gente consegue mesmo sentir quando estampa na cara os deslizes e preferências, ou o prazer de certas companhias? E se sim, será que é por isso que às vezes vamos embora sem precisar ir, apenas para fugirmos de nós mesmos?
Não consigo decidir entre escrever em primeira ou terceira pessoa. E se fosse só essa a dúvida, seria o de menos.