sábado, dezembro 11, 2010

Dominique,

Tangerine, Freiheit. Palavras dispersas me vêm à cabeça. E se por um golpe de sorte se encontra aquilo que procura, mesmo sem saber o nome? Um nome, que podia ser mais simples. Olha, sei lá.
Chove fraco, como se o mundo fosse se esvair em água, correndo pro oceano e depois. E depois a gente nunca sabe, né? Se soubesse era até mais fácil, ou não, talvez.
Precisava mesmo disso, de andar por lugares que não conhecia, em que ninguém me conhecia. E lidar com coisas que me acalmam e que não pedem nada em troca, e de repente ver a chuva chegar e lavar o tempo quente, e ver a chuva ir embora e entender que era minha a hora também. E compartilhar de gostos doces, partir sem dizer o nome a ninguém. Quem sabe deu pra ajudar um pouco, vai saber. Uma vez lançada, a pedra é do diabo. Sei é que deixei coisas positivas.
E era um lugar com ruas tipo BH, mas eu era tão diferente um pouco mais de um mês atrás. Envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Tô precisando tanto viajar de novo, nesses tempos que deixam marcas em sua superação. Me diz, que blues você tá escutando agora? Me diz, será verdade a história do Robert Johnson, sabe, o pacto com o diabo na encruzilhada? Talvez eu devesse ir pra Chicago. Back to the land of California, to his sweet home Chicago. Durmo agora, e acordo enquanto todos dormem, escrevo meu livro e mil considerações, refaço minha vida, minha vida. E não quero mais saber de Outro por ora.