segunda-feira, dezembro 13, 2010

um dia, e outro dia, e mais outro.

E essa São Paulo assim, no meio da chuva. Tão cinza, tão abafada, um calor no vento fresco. Absurdo um bicho voando no meio dessa chuva, sabe? Nunca parei pra pensar no que os insetos fazem durante a tempestade - onde se escondem, se abrigam. Eu, pequeno grande inseto, me abrigo no quarto do apartamento pequeno e quente e tão claro hoje. Tenho os ombros queimados e a cara de quem acaba de se livrar de umas lembranças amargas. Tá, elas vão se libertando aos poucos. Mas eu, sinceramente, não encontrei ainda coisa melhor que deixar que o acaso nos traga de volta as pessoas queridas. Risos, sinceridade, companheirismo, vontade de dividir uma vida assim, meio que pela metade, porque cada um a vive de um jeito, mas é sempre bom estar por perto.
"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica".

Às vezes a gente sofre, mas depois descobre que cada um passa um cortado por esses mesmos dias. E dá tanta vontade de ajudar, de tirar a dor do outro como que com a mão. Porque ninguém que a gente gosta merece sofrer - e eu sei aqui por dentro, internamente, que passa, fui aprendendo, mas quando vejo um amigo assim, a vontade é de parar o mundo e fazer tudo, qualquer coisa, que possa aliviar um pouco a dor. Paciência e tempo pra nós, eu peço, e espero, e confio.